segunda-feira, 14 de julho de 2014

Justiça nega habeas corpus aos 19 presos por manifestações de rua no Rio

Justiça nega habeas corpus aos 19 presos por participarem de manifestações de rua no Rio, acusados de formação de quadrilha armada. Essa turma faz parte de um grupo de 26 pessoas com prisão preventiva decretada pelo Juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27.ª Vara Criminal daquele estado, suspeitos de praticarem atos de vandalismo durante as manifestações que vêm sendo realizadas ao longo do último ano. A prisão preventiva vai até a quarta-feira.

O Chefe da Polícia Civil falou em entrevista coletiva que o pessoal é barra pesada e que investigações evidenciaram que eles e elas pretendiam praticar atos de vandalismo neste final de semana, durante as finais da Copa do Mundo da FIFA. Segundo ele, a polícia apreendeu explosivos, arma de fogo, celulares, computadores e máscaras de proteção contra gás lacrimogêneo com os suspeitos.

A Anistia Internacional, a OAG e diversas ONGs e empresas de comunicação em massa estão malhando o Judiciário e o policiário pelas prisões. Não se prende manifestantes. Atos públicos, atos de vandalismo e depredações são direitos legítimos de cidadãos insatisfeitos.

Segundo um ex-ativista dos movimentos estudantis das décadas de 1970 e 1980, está faltando aos neófitos das manifestações públicas a orientação do pessoal "das antigas". Ele conta que, em sua época, era só a polícia quem praticava violência ou a instigava. As lideranças, já calejadas pela repressão dos anos 1960, orientavam os manifestantes a sentarem-se a qualquer sinal de excesso por parte da polícia ou de manifestantes mais exaltados. Esses últimos geralmente eram policiais infiltrados, com função de estimular a violência e legitimar os excessos e prisões. Ele lembra as manifestações conhecidas como "Diretas Já" e as que exigiam o impeachment do presidente que governou de 1990 a 1992. Elas tiveram a participação de milhares de pessoas, não de meia dúzia de gatos pingados e, no entanto, eram pacíficas. A polícia tinha ódio desse pessoal porque não davam motivo para serem presos. A "repressão" tinha que ficar inventando motivo e se justificando perante a opinião pública.

Atualmente, é a polícia que está orientando seu pessoal a sentar-se quando iniciar qualquer tipo de violência ou atos de vandalismo, senão estão ferrados. Vão ter que responder inquérito policial e ação judicial. Afinal de contas, polícia é para prender bandido, não é para reprimir atos de vandalismo.

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