sexta-feira, 29 de agosto de 2014

UnB faz mostra de tecnologias sustentáveis

O Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB) por meio da Agência de Comercialização de Tecnologia (ACT) realizou, nesta quinta-feira, 28 de agosto, cerimônia de assinatura de três contratos de transferência de tecnologias sociais e sustentáveis com a Cooperativa Sonho de Liberdade, a empresa Poiato Recicla e a empresa Baru. O evento contou presença de autoridades, professores e alunos da UnB, além da comunidade do DF.

Cerimônia de assinatura de contratos de transferência de tecnologias. Foto Oia News.

Na oportunidade, foram apresentadas, durante todo o dia, uma série de tecnologias desenvolvidas nos seus grupos de pesquisa e que estão disponíveis para transferência no DF e em outros estados da federação. Entre elas estão a reciclagem de bitucas de cigarro e papel moeda para confecção de papel artesanal; composição alimentar baseada no uso de diferentes partes do fruto de Palmacae, para alimentação de animais; processo de polimerização térmica de óleos e gorduras de origem vegetal, animal ou microbiano, para produção de plastificantes, lubrificantes, agroquímicos e tintas; decomposição de matéria orgânica para obtenção de bio-óleo; conversão de óleos vegetais em óleos combustíveis.
Professora Dr.ª Thèrése Hofmann, Decana de Extensão da UnB (Foto Oia News)

Essas tecnologias contribuem para a reciclagem de compostos orgânicos e inorgânicos que afetam agressivamente o meio ambiente, tornando-as soluções criativas, sustentáveis e economicamente viáveis. Em outras palavras, o CDT vem contribuindo para transformar lixo em matéria prima. Nossa esperança é que daqui a alguns anos, em vez do caminhão do SLU passar nas casas recolhendo lixo e o governo cobrar por isso, passe um caminhão de uma empresa privada comprando e pagando bem por ele.


Nos próximos dias, publicaremos posts sobre cada uma das tecnologias apresentadas, para que nossos leitores saibam que, apesar do governo, há gente trabalhando pelo progresso científico, no Brasil.

Com informações de:


CDT. Disponível em < http://cdt.unb.br/noticias/index/detalhanoticia/filtro/1178/?menu-principal=noticias&menu-action=noticias>. Acesso em 28 ago. 2014.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Antônio Ermírio deixa o país capenga



Morreu na noite deste domingo, 24 de agosto, de insuficiência cardíaca, o Brasileiro Antônio Ermírio de Moraes. O país fica capenga, sem a liderança desse paradigma da honradez.

Antônio Ermírio começou a trabalhar aos 21 anos no Grupo Votorantim e, aos 27, foi o responsável pela instalação da Companhia Brasileira de Alumínio. De lá para cá, tornou-se uma das 100 maiores riquezas do mundo, com muito trabalho e sem nenhuma picaretagem. Ao contrário, em 1986, candidatou-se ao governo de São Paulo com o objetivo de evitar que um picareta fosse eleito.

Além de empresário sério, presidente de um grupo presente em mais de 20 países, conseguiu arranjar tempo para presidir por 40 anos a diretoria-administrativa do Hospital Beneficência Portuguesa, publicar pelo menos 5 livros, 3 peças de teatro (“Brasil S/A”, “SOS Brasil” e “Acorda Brasil”)  e 17 anos de uma coluna dominical no jornal Folha de São Paulo.

O Homem cumpria jornada de 12 horas por dia e ainda dizia que era preciso moderação. “Eu acho que é preciso trabalhar, mas não se descuidar do lazer, para você, para sua família, para sua saúde inclusive”.

Moraes se foi com 86 anos, deixando como herança a todos os brasileiros o seu exemplo de vida. Lamentavelmente, deixou de realizar um grande sonho: morrer trabalhando.

Com informações de:

Folha de G1. Disponível em <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/08/aos-86-anos-morre-antonio-ermirio-de-moraes.html>. Acesso em 25 ago. 2014.

Folha/Uol. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/08/1505368-aos-86-morre-o-empresario-antonio-ermirio-de-moraes.shtml>. Acesso em 25 ago. 2014.

domingo, 24 de agosto de 2014

Ex-médico tarado é preso no Paraguai

Ex-médico condenado a quase 280 anos de cadeia foi preso em Assunção, Paraguai, no dia 19/08. Foragido da justiça desde janeiro de 2011, quando sua prisão foi decretada, o dito cujo vivia uma vida nababesca no país vizinho.

Considerado um dos maiores especialistas em reprodução assistida, com faturamento mensal em torno de 2 milhões de reais, o criminoso foi acusado por 39 de suas pacientes de abuso sexual, quando elas estavam sedadas e sem a companhia dos maridos ou enfermeiras.

O facínora alega em sua defesa que não abusou de ninguém, apenas exerceu seu ofício, ajudando suas pacientes a engravidarem, no método tradicional, como o holandês Ed Houben. A diferença é que ele já estava no Brasil e cobrava um troco, enquanto o outro teve que vir da Holanda e faz o serviço sem ônus. A semelhança é que ambos não assumem a paternidade.

Suas pacientes têm esperança de que ele seja tratado no presídio como elas o foram em sua clínica. Tornar-se cobaia de experiências de reprodução, neste caso, assistida pelos companheiros de cela, como é costume nas penitenciárias para quem tem esse tipo de comportamento fora delas.

Com informações de:

Folha de São Paulo. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/181558-abdelmassih-foragido-desde-2011-e-preso-no-paraguai.shtml>. Acesso em 20 ago. 2014.


G1/Fantástico. Disponível em < http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/05/holandes-que-ajuda-mulheres-engravidar-do-jeito-tradicional-vem-ao-brasil.html>. Acesso em 20 ago. 2014.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Você sabe o que é cachaça?

Você sabe qual a diferença entre cachaça e aguardente? E qual a diferença entre cachaça e pinga? O que a lei diz é que existem apenas dois nomes: cachaça e aguardente. Todas as outras denominações: pinga, água que passarinho não bebe etc. etc. legalmente não existem.

De acordo com o art. 51 do decreto 6.871, de 4 de junho de 2009, “aguardente é a bebida com graduação alcoólica de trinta e oito a cinquenta e quatro por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida do rebaixamento do teor alcoólico do destilado alcoólico simples ou pela destilação do mosto fermentado” (a coincidência da aguardente ter sido definida exatamente no art. 51 só pode ter sido por alguém levar um troco para isso.)  A cachaça está definida no art. 53 como “a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de trinta e oito a quarenta e oito por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até seis gramas por litro”. Interessante observar que a aguardente que mantenha todas as características da cachaça mas não seja produzida no Brasil não é cachaça.

O Prof. Brener Marra, o Fundador da Corfraria da Cachaça do Brasil, Boni, e o ex-Presidente e atual vice-presidente, Lúcio (Foto Oia News)

Em algumas regiões brasileiras, como o norte e o nordeste, a preferência é por teores alcoólicos mais elevados. Portanto, é mais comum encontrar naquelas regiões a expressão aguardente. Em Minas Gerais e Goiás, consome-se mais a aguardente com teor alcoólico médio de 40 graus Gl.

A cachaça pode ser também adoçada, quando recebe até 6 gramas de açúcar por litro. Quando recebe mais que 6 g de açúcar por litro, a lei exige que esteja escrito no rótulo “cachaça adoçada”.

Além dessas, existe ainda a cachaça armazenada em tonéis. Existem centenas de madeiras nas quais se coloca a bebida, deixando-a descansar por um período adequado para o paladar desejado pelo produtor. Por lei, os tonéis, ou barris, ou dornas, só podem ter a capacidade máxima de 700 litros. A limitação é porque quanto maior o tonel menor contato entre a madeira e a cachaça. Nesse caso, o rótulo receberá a descrição: armazenada em barris de carvalho, umburana etc. etc.

Para se obter uma cachaça envelhecida, é necessário primeiro ter uma cachaça de boa qualidade, para não despender esforço em vão e, pior, pagar mico, porque, quem se dispõe a pagar caro por uma bebida, geralmente sabe o que espera dela. Depois, tem que fazer uma requisição no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), cujos fiscais acompanharão o processo de envasamento e lacre e, posteriormente, deslacre dos tonéis. A cachaça deverá permanecer no mínimo um ano lacrada. Esse procedimento garante ao consumidor que a bebida genuinamente brasileira permaneceu mesmo envelhecendo. Depois de deslacrar o barril, pode-se acrescentar até 50% de cachaça nova, e ainda melado, para correção da cor. Já há proposta para alterar essa norma, excluindo-se a mistura de cachaça nova, mas até o momento, ainda não foi aprovada.

O produtor poderá optar por não misturar nada após o envelhecimento.  Neste caso obterá a cachaça Premium, se permaneceu envelhecendo por um período superior a um e inferior a 3 anos, ou a Extra Premium, se o período for superior a 3 anos (isso está definido na Instrução Normativa MAPA n.º 13, de 29 de junho de 2005, com as alterações introduzidas pelas INs 27, de 15/05/2008 e 58, de 19/12/2007). E há garantia, porque foi fiscalizada pelo Ministério da Agricultura.

Do tempo em que foi regulamentada para o período que foram fechados os primeiros barris no Brasil, existem cachaças Premium garantidas pelo MAPA de no máximo 6, 7 anos. A primeira cachaça Extra Premium envelhecida, lacrada em barril, foi a cachaça do Ministro, cujo lançamento se deu num almoço da Confraria da Cachaça do Brasil, em Brasília. Todo o trabalho de protocolo, lacre e deslacre de barril efetuado pela primeira vez no Brasil foi no estado de  Goiás, em Alexânia, onde fica a sede da cachaça do Ministro. Este ano, vai ser lançada a Extra Premium 7 anos. Pode ter cachaça de 12, 15 anos de envelhecimento no Brasil, mas para confiar nela, precisa saber se o produtor é idôneo e se dá para confiar nele. Mas fiscalizada mesmo, mesmo tem que ter no máximo 6, 7 anos.

Existe outra diferença técnica entre cachaça e aguardente. Na produção da bebida, o destilado é separado em três frações diferentes, denominadas cabeça, coração e cauda. Os primeiros litros (cabeça) contêm elevados teores de substâncias tóxicas, como aldeídos, furfurais, ésteres e outras substâncias que causam ressaca, dor de cabeça, mau hálito, aquele gosto de guarda chuva na boca com que você acorda após tomar cachaça de qualidade duvidosa. A última fração, cauda, também contém aldeídos, ésteres e álcoois superiores. Quando se remove a primeira e a última frações, cabeça e cauda, e se aproveita só o “filé mignon”, só o coração, é que se diz, extraoficialmente, que se obteve cachaça. Aquelas bebidas onde são aproveitadas a cabeça e a cauda, mais fortes e que causam o efeito de ressaca maior são denominadas, extraoficialmente, como aguardente. Obviamente que as grandes destilarias produzem aguardente mas, por fatores comerciais, preferem usar o nome cachaça. Existe um lobby muito grande nisso, e a lei ainda não previu como resolver.

Curiosidades

·         O Governo Brasileiro definiu as expressões "cachaça", "Brasil" e "cachaça do Brasil" como indicações geográficas por meio do Decreto nº 4.062, de 21 de dezembro de 2001, garantindo sua propriedade contra o mau uso.
·         Não dá para saber se por dúvida, embriaguez ou gagueira, o legislador grafou de três formas as expressões rum e uísque, no Decreto 6.871/2009. Rum, rhum ou ron, no art. 54, III, e uísque, whisky ou whiskey, no art. 55.
·         Um produtor mineiro lançou uma cachaça de marca João Andante, em 2008, com um rótulo que é uma caricatura do rótulo do famoso uísque Johnnie Walker.  Os britânicos o processaram por plágio e ele perdeu o direito de usar essa marca. Mas ganhou fama, cortou o “joã” e as pernas do caminhante no rótulo e lançou O Andante, na Expocachaça, realizada na Expominas em maio deste ano.
·         O trabalho desenvolvido pelas Confrarias de Cachaça espalhados pelo país e pelos fabricantes de cachaças artesanais têm obtido êxito. As vendas de cachaças tradicionais estão estáveis, e as de cachaça “de verdade” estão crescendo. Tanto que as grandes destilarias estão se direcionando para esse mercado e produzindo as suas Premium.

Com informações de:

Brener Marra, Engenheiro Agrônomo, cachaçólogo, professor de Tecnologia de Bebidas Fermentadas e Destiladas da Universidade Federal do Paraná.

Carlos A. Galinaro, Alexandre A. da Silva, Daniel, R. Cardoso, Douglas W. Franco. Perfil dos compostos secundários nas frações (cabeça, coração e cauda) da cachaça. In Sociedade Brasileira de Química ( SBQ). Disponível em <http://sec.sbq.org.br/cdrom/31ra/resumos/T1033-2.pdf>. Acesso em 1.º jul. 2014.

Uol Economina. Disponível em <http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/05/20/cachaca-joao-andante-perde-processo-para-johnny-walker-e-vira-o-andante.htm>. Acesso em 30 jun. 2014.

Uol Economina. Disponível em < http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2012/06/06/grandes-fabricantes-investem-em-cachacas-premium-que-chegam-a-custar-mais-de-r-100.htm>. Acesso em 30 jun. 2014.


E da legislação já mencionada.

Presidente fala da "morte que tirou a vida" de Eduardo Campos

A presidente da República manifestou “os mais profundos pêsames” à família de Eduardo Campos, pela “morte que tirou sua vida”. O candidato a Presidência foi vítima de acidente aéreo ocorrido na manhã desta quarta-feira, 14/08, em Santos, São Paulo, em viagem entre o Rio de Janeiro e Guarujá. Foram vítimas do acidente mais quatro passageiros e dois tripulantes da aeronave, além de 50 pessoas que ficaram sem teto, porque o avião tirou o teto de suas residências.

Em seu pronunciamento, sua excelência disse que o falecido seguiu os passos do avô, Miguel Arraes. Não se sabe se por ter sido governador de Pernambuco por dois mandatos, como o avô, ou se por ter ido desta para melhor na mesma data que o avô. Falou também que o falecido “tinha um futuro extremamente promissor pela frente”, ao contrário dela, que provavelmente terá um futuro extremamente promissor para trás. Lamentou que ele poderia “galgar os mais altos postos do país” e nos livrar de seu governo (dela) por mais quatro anos. Num momento de profunda mediunidade, disse esperar “que o exemplo do Eduardo Campos sirva para mantê-lo vivo.

Estendeu suas condolências “às famílias das vítimas que por acaso tenham sofrido as consequências daquele desastre”. Nesse caso, inclui a família do motorista de táxi que, por acaso, passava pelo local e parou para unir-se à multidão de curiosos que se aglomeraram nas imediações, atrapalhando o trabalho dos bombeiros, e deixou de pegar três ou quatro corridas, com sérias consequências financeiras para seus entes queridos.

Finalmente, a presidente decretou luto oficial de três dias, e prometeu poupar os brasileiros de três dias de sua campanha para não ser despejada dos Palácios do Planalto e da Alvorada, onde ela está adorando morar e trabalhar, para desespero da nação. Se você duvida que ela falou a besteirada que está mencionada acima, vá lá no link abaixo e confira.

O Oia News, embora não perca a oportunidade de tirar sarro de quem merece, manifesta seu pesar pelo infausto ocorrido, lamentando o falecimento de pessoa tão honrada e o pronunciamento lamentável da presidente da Nação.

Com informações de:



sábado, 9 de agosto de 2014

Propaganda afirma que água faz bem para a saúde

Atualmente, uma empresa engarrafadora de água está veiculando uma propaganda um tanto inusitada. Tendo como garoto propaganda o professor de educação física com especialização em Nutrição Márcio Atalla, a propaganda jura que beber 2 litros de água por dia faz bem para a saúde. Ridículo ter que vir um profissional com a autoridade e a bagagem do Atalla à TV para ensinar uma besteira dessas. Embora trágico, é necessário.

Segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor ( IDEC), a maioria das embalagens maravilhosas que as mães ocupadíssimas compram para seus filhos no supermercado como se fosse suco, ou não tem fruta nenhuma ou tem só um tiquinho, para tapear. Além disso, contém um monte de veneno junto. Mas a venda vem crescendo 10% ao ano, em dados de 2012. As mães ocupadíssimas compram essas porcarias e dão para seus filhos beberem em casa ou na escola, depois faltam ao serviço para levá-los ao médico e ficar tomando conta deles por terem adoecido.

Lamentavelmente, a sociedade vem evoluindo para trás. No afã de oferecer bens materiais e alimentar o consumismo dos filhos, os pais e mães ocupam o tempo que deveriam dedicar aos seus rebentos, oferecendo-lhe atenção, para ganhar melhor. Com isso, o mundo está sendo infectado por gerações de órfãos de pais vivos, educados por babás eletrônicas patrocinadas por indústrias de venenos alimentícios.

Quando idosos, esses pais e mães estão sendo abandonados pelos filhos que estão trabalhando no afã de oferecer bens materiais e alimentar o consumismo dos próprios filhos. E vão à delegacia ou ao judiciário cobrar dos filhos a atenção e o carinho que não dedicaram a eles.

Recomendamos perder só um capítulo de sua novela, para uma leitura dos sites abaixo, de onde tiramos essas informações:




quinta-feira, 7 de agosto de 2014

"Estrangeiros" investem em candidatos ao governo do DF

Candidatos ao governo do Distrito Federal recebem doações polpudas de empresas de outros estados. Na prestação de contas feitas ao TRE, o atual governador declarou ter recebido 285 mil reais de uma empresa de importação e exportação, com sede no Acre. O candidato condenado em 2.ª instância por improbidade administrativa declarou ter recebido R$ 490 mil de uma empresa que atua na área de óleo, gás e estaleiros e o tucano está sendo patrocinado pela maior dona de postos de gasolina do DF, que contribuiu com 480 mirréis (isso mesmo, cerca de meio salário mínimo), por sua empresa construtora e por si mesmo, que juntos doaram 800 mil para a campanha. O campeão em arrecadação, no entanto, é o quarto na preferência dos eleitores. Está sendo apadrinhado por várias empresas: uma, com sede em Manaus, especializada em concentrados para refrigerantes e outros mimos para embalagem de bebidas, doou 410 mil, uma espalhada pelo Brasil e produtora de carnes contribuiu com modestos 350 mil e outra grande fabricante de perfumes com 200 mil. O candidato do nanico PSOL disse ao TRE que recebeu nanicos R$ 2.300, 1.000 dele mesmo, e a do PCO não deu satisfação até o momento da consulta do Oia News.

Interessante observar que as doações de eleitores foram poucas e pequenas. Nenhum eleitor está bancando o atual governador nem o condenado. O campeão em arrecadações recebeu ajuda de 8 seres humanos: 4.300 de cada um. O Tucano somente recebeu 200 mirréis de um cidadão e o do PCO, 100, 200 e 1.000, cada uma doação de três pessoas diferentes.

A primeira reação após a leitura desses dados é um sonoro e bem pronunciado palavrão.  A segunda é retornar ao site do TSE para verificar se em algum lugar está escrito que esses valores são diários. Não dá para acreditar que alguém acredita numa fantasia dessas. Se 1.300.000 não dá para eleger nem candidato a vereador de cidade pequena, quanto mais um governador do Distrito que é sede do Governo Federal. E a palhaçada fica pior ainda quando o candidato que pode falar a besteira que lhe aprouver, por que sabe que não vai ser eleito, declara ter recebido R$ 1.300,00 e vai gastar mais R$ 1.000,00 do próprio bolso: isso mal dá para meia dúzia de santinhos.

A constatação mais deprimente é a de que, se o povo não está bancando os candidatos, eles poderão dizer depois que só trabalharam para seus patrocinadores, o que é muito justo. Portanto, está aí o motivo dos políticos não trabalharem para o povo. Quem banca suas campanhas são as empresas. Além disso, é de se suspeitar de quem recebe doação de empresas de outros estados.

Aliás, o nome deveria ser mudado. Não dá para acreditar que são doações. O mais certo é que sejam aplicações, ou investimentos.

Com informações de:

TSE. Disponível em <http://inter01.tse.jus.br/spceweb.consulta.receitasdespesas2014/resumoReceitasByCandidato.action>. Acesso em 7 ago. 2014.

CBN Brasília. Disponível em <http://cbn.globoradio.globo.com/semanaCBN.php?praca=BSB&data=07/08/2014&hora=17:00 >. Acesso em 7 ago. 2014.

Correio Braziliense. Disponível em <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/08/07/interna_cidadesdf,441115/prestacao-de-contas-mostra-gastos-de-r-2-2-milhoes-entre-candidatos-ao-gdf.shtml >. Acesso em 7 ago. 2014.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Porque a presidente está caindo - última parte

No post anterior (4.ª parte), concluímos que o Brasil teve origem violenta, com a invasão portuguesa e, desde 1889, vem sendo construído por sucessivos golpes militares. O governo Bigodon (1985/1990), pode ser considerado o primeiro de um país que estava nascendo. O tal país do futuro, cuja promessa constava no outdoor que os portugueses encontraram quando invadiram o Brasil (ver 1.ª parte). Nesta parte, desconsideraremos a caganeira feita pelos governos de 1985 a 2014 e cuidaremos apenas dos aspectos relevantes para a construção do país, no nível macro.

Primeiramente, é importante esclarecer que para se construir uma nação são necessários alguns requisitos sociais, políticos, econômicos. No caso brasileiro, algumas prioridades seriam: uma Constituição que traduzisse os anseios dos brasileiros, estabilização da moeda, abertura ao comércio internacional, a reforma da Previdência, criação de infraestrutura capaz de permitir a circulação de bens e pessoas, redução das desigualdades sociais, dentre outras. Mas principalmente, não dar o calote novamente nos credores nacionais e estrangeiros.

Lembramos que, instalado em 1985, o primeiro governo brasileiro da nova era tentou um monte de aventuras para estabelecer a ordem econômica, mas acabou deixando de pagar a dívida externa e que o resultado foi desastroso. A inflação bateu às portas dos 2.000% ao ano em 1989. Mas deu início à construção de um país e à instauração de uma democracia participativa. Instalou a Assembleia Nacional Constituinte, e essa promulgou, em 1988, a Constituição Federal vigente até hoje. A Carta Magna gerada naquele período é considerada a Constituição Cidadã por ter incorporado mecanismos de controle do Estado pelo Cidadão, em contrapartida aos mecanismos de controle do cidadão pelo Estado, vigente até então. Embora esse documento contenha um monte de bobagens que não caberiam num documento desse porte e importância, foi uma iniciativa relevante para a construção da cidadania e o pontapé inicial de uma nova esperança.

Em 1990, foi sucedido pelo Caçador de Marajás, um jovem intrépido mas arrogante como o quê. Seu mandato foi manchado por notícias de corrupção, mas isso é comum a todos os demais, anteriores e posteriores. Também aventurou-se em tentativas de restabelecer a ordem econômica, uma delas confiscando o dinheiro que havia nos bancos. O problema é que banco não tem dinheiro, quem o tem são os clientes dos bancos. Isso levou muitas pessoas à bancarrota. Em compensação, aquele governo abriu as portas do Brasil para o mercado estrangeiro, facilitando as importações. Muita gente censura, principalmente por ter quebrado muitas empresas nacionais. Entretanto, uma parte considerável do sucateamento da indústria brasileira tinha origem na impossibilidade de importar equipamentos para modernizar o parque industrial. Os governos anteriores, no intuito de defender a nossa indústria, conseguiu torna-la ineficiente e sem condições de concorrer com as dos outros países. A quebradeira que seguiu a abertura econômica foi acompanhada pela modernização e melhoria nos índices de produtividade, contribuindo para a evolução da economia. Também mandou elaborar uma lei de defesa dos direitos do consumidor, importante incremento para a criação da cidadania. Caiu por ter peitado o Legislativo e o Judiciário, embora as pessoas sem senso crítico e que não leem ainda acreditem que foi por causa dos movimentos populares conhecidos por “caras pintadas”.

Com sua queda, assumiu o vice, Itamar (1992/1994), que não domou a corrupção e cuja maior insensatez foi ressuscitar o fusquinha. Mas não atrapalhou o seu Ministro da Fazenda de promover um programa de estabilização econômica, conhecido como Plano Real, cujos efeitos perduram até hoje. Para alguém de quem não se esperava nada e vivia metendo os pés pelas mãos, já foi o suficiente. O Plano deu tão certo que o tal Ministro, o quarto nomeado em oito meses, foi eleito Presidente da República nas eleições seguintes.

O Presidente 1995/2003 conseguiu realizar o programa privatizações cujos antecessores tentaram e não conseguiram. Até hoje tem gente que questiona. Dizem que as estatais foram doadas. Na verdade, se tivessem sido doadas mesmo o país ainda teria saído no lucro. Todas davam prejuízo aos cofres públicos, também denominados bolsos dos contribuintes e das contribuintes. Os lucros obtidos com as exceções (Petrobras, Vale dentre outras) não cobria o déficit do conjunto. Tirado esse fardo enorme das costas dos contribuintes, havia melhores chances de se recuperar a economia. No entanto, alguns fatos externos puseram um freio no crescimento econômico esperado, principalmente as crises internacionais do Extremo Oriente, em 1997, da Rússia, em 1998 e o golpe fatal: a queda das Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, em 2001. Mas houve um saldo positivo importante. O PIB decresceu em relação ao governo anterior. E foram implantados programas sociais, destinados a reduzir o fosso existente entre os mais ricos e mais pobres, rechaçados mas apropriados pelo partido dos governos subsequentes. E a corrupção não foi debelada.

Depois, veio o Governo Sapo Barbudo, de 2003 a 2011. Excelente governo. O dito cujo fez tudo que jurou não fazer e não fez o que prometeu. Durante a campanha, jurou que não iria mexer na Previdência e que não pagaria a dívida externa enquanto houvesse um brasileiro passando fome. Pois um dos primeiros atos do seu governo foi a reforma da Previdência. Também não será objeto deste comentário a merda que foi essa reforma, conquanto que tenha sido feita. Além disso, não só honrou os compromissos que prometeu não honrar como antecipou a dívida que o Brasil tinha com o FMI a juros subsidiados. Deu continuidade à política econômica do governo anterior e governou com os empresários, gerando riqueza para ser distribuída. Isso permitiu rebatizar e reinaugurar os programas de transferência de renda, também do governo anterior, que seu partido chamava de “Bolsa Esmola”, para assumir a paternidade, numa atitude que na minha terra é conhecida como fazer cortesia com o chapéu alheio. O que ninguém comenta é que o Bolsa Família serviu para incrementar o comércio, desenvolvendo o setor produtivo com a merreca distribuída para os pobres, permitindo ao Presidente dizer que estava tirando o povo da miséria. A merreca era limitada entre um mínimo de 70 e um máximo de pouco mais de 150 mirréis por mês. Quando veio a crise financeira e econômica internacional de 2008-2009, o sortudo tinha dinheiro em caixa para segurar a onda. Também deu continuidade às privatizações, desta vez acrescentando à atividade econômica (as empresas estatais), a obrigações do Estado, como manutenção de rodovias. Ainda conseguiu trazer a Copa do Mundo da FIFA para o Brasil. A economia brasileira cresceu que foi uma beleza e a corrupção continuou.

Aí, veio sua afilhada, Dentuça (2012/2014), que até o ano passado conseguia desbancar a Joelma do Chimbinha em índices de popularidade. Mas sua atuação não esperou os dois mandatos a que teria direito para ser desmascarado. O que ela tem feito de merda na política e na economia supera até o período colonial, quando o Brasil não era um país, mas uma possessão portuguesa. Ela vem seguindo o mesmo programa de governo iniciado pelo Caçador de Marajás e continuado pelo finado Itamar, pelo Professor de Sociologia e pelo Sapo Barbudo. Privatizou rodovias, ferrovias e aeroportos. A divida externa continua subindo. Deu continuidade aos programas de transferência de renda iniciado no Governo do Professor de Sociologia e rebatizado no do Sapo Barbudo. Conseguiu despejar rios de dinheiro em obras de infraestrutura, que não foram realizadas, para a Copa do Mundo. Pior que os governos mais corruptos de que se tem notícia. Esses gastaram os tubos e, mesmo que depois de prontas algumas não tivessem nenhuma serventia, as obras foram concluídas. Mas está investindo na infraestrutura de Cuba. A Petrobras deixou de ser a galinha dos ovos de ouro e o valor de suas ações caíram mais da metade durante o atual governo. O Brasil vem perdendo até sua posição de liderança na América Latina, construída pelo seu padrinho, o Sapo Barbudo. Seus correligionários foram condenados pela mais alta corte de justiça, e ela questiona a idoneidade do Órgão composto por pelo menos oito, dos onze ministros, nomeados pelo seu antecessor e por ela mesma. A corrupção continua a todo vapor e a economia parou.

Não é à toa que quando as pesquisas eleitorais apontam queda de intenções de voto na atual presidente da República as bolsas sobem. Qualquer sinal de retomada de sua popularidade, elas caem. Quem duvida faça pesquisas nos informativos sérios disponíveis na internet.


Com informações (principalmente) de:

Info Escola. Disponível em < http://www.infoescola.com/historia/administracao-colonial-brasileira/>. Acesso em 17 jul. 2014

História Brasileira. Disponível em < http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/sesmarias/>. Acesso em 18 jul. 2014.

KAMINISHI, Miriam. O comportamento monetário na economia-mundo capitalista entre os séculos XVII-XVIII: a contribuição da periferia Atlântica Sul. Dissertação de Mestrado. Disponível em <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/88233/230921.pdf?sequence=1>. Acesso em. 18 jul. 2014.

The official website of Britsh Monarchy. Disponível em <http://www.royal.gov.uk/>. Acesso em 18 jul. 2014.
História Viva/Uol. Disponível em <http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/a_invencao_do_grito.html >. Acesso em. 18 jul. 2014.

SESI Webensino. Disponível em <http://sesi.webensino.com.br/sistema/webensino/aulas/repository_data//SESIeduca/ENS_MED/ENS_MED_F02_HIS/510_HIS_ENS_MED_02_11/510_HIS_ENS_MED_02_11_2-5.pdf>. Acesso em. 15 jul. 2014.

Globo Educação. Disponível em <http://educacao.globo.com/historia/assunto/imperio-brasileiro/segundo-reinado-1840-1889.html>. Acesso em.

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