O parlamentar(1) britânico Malcolm Rifkind, de 68 anos, flagrado pelas câmeras de repórteres vendendo facilidades para uma suposta empresa chinesa, renunciou à chefia da comissão que supervisiona os serviços de inteligência britânicos e não concorrerá a uma vaga no parlamento nas eleições gerais de maio próximo.
Os grandes jornais brasileiros divulgaram a notícia discretamente para evitar que a moda pegue no Brasil. Caso os parlamentares com mandato no Congresso Nacional renunciem quando flagrados pelas câmeras de TV, haveria um esvaziamento daquela importante casa legislativa e as emissoras perderiam uma grande fonte de renda, gerada pelos escândalos provocados por suas excelências.
Em sentido contrário, um detento do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, condenado a mais de 30 anos por vários roubos qualificados, também conhecidos por assalto a mão armada, mas que jura ser inocente como todos os demais detentos, garante que não houve a devida cobertura dos meios de comunicação em massa brasileiros por falta de espaço. Os jornais tinham tanto escândalo dos políticos brasileiros para mostrar que não cabia um ato de cidadania de um político inglês.
O mencionado cidadão britânico alega que continuará na Comissão à qual renunciou à presidência para concluir o trabalho honesto iniciado.
Interessante lembrar casos semelhantes ocorridos em outros países onde os políticos têm um pingo de vergonha na cara e não se agarram ao mandato recebido de boa fé por eleitores ingênuos e só renunciam às vésperas de tornar-se inelegíveis, como os de certos paisecos do terceiro mundo. Em 2012, o presidente da Alemanha, Christian Wulff, renunciou ao cargo após ser acusado de corrupção e tráfico de influência. Em 2014 foi a vez do Primeiro Ministro japonês Shinzo Abe picar a mula espontaneamente, após escândalos de corrupção e rumores de sonegação fiscal. Até na Russia tem dirigente macho. Neste mesmo mês de fevereiro, o presidente da Federação Russa de Atletismo, Valentin Balajnichev, renunciou ao cargo após escândalos de doping que estremeceram o atletismo russo nos últimos anos. E nem foi ele quem foi flagrado em doping, foram os atletas filiados à Federação que ele presidia.
(1) Esse informativo esclarece que o tal britânico é parlamentar mesmo, pois no Reino Unido, mais conhecido por United Kingdom (pronuncia-se unáitede quindom, puxando bem o m final), ou UK, o regime é parlamentarista. Esclarece também que o Brasil é o único pais do mundo que não é parlamentarista mas tem parlamentares. Nos outros países onde há um Congresso Nacional, só há congressistas.
Com informações de:
O Povo On Line. Disponível em <http://www.opovo.com.br/app/opovo/mundo/2015/02/25/noticiasjornalmundo,3397933/parlamentar-renuncia-apos-ser-flagrado-em-video.shtml>. Acesso em 25 fev. 2015.
Press Reader. Disponível em <http://www.pressreader.com/brazil/brasil-economico/20150225/281874411855843/TextView> Acesso em 25 fev. 2015.
G1 Mundo. Disponível em <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/02/acusado-de-corrupcao-presidente-da-alemanha-renuncia.html>. Acesso em 25 fev. 2015.
Estadão. Disponível em <http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,primeiro-ministro-japones-renuncia,50874>. Acesso em 25 fev. 2015.
Uol Esporte. Disponível em <http://esporte.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2015/02/17/presidente-da-federacao-russa-de-atletismo-renuncia-apos-escandalos-de-doping.htm>. Acesso em 25 fev. 2015.