sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Hoje é o Dia Internacional da Palavra

Um dos instrumentos mais modernos inventados pelo homem, que ainda não foi superado por nenhuma quinquilharia tecnológica, por mais rudimentar que seja, está no seu dia de glória. Hoje, 23 de novembro, a Fundación Cesar Egido Serrano (1) propôs comemorar-se o Dia Internacional da Palavra. Nesta data, em diversos países do mundo são realizados eventos objetivando colocar a palavra como ferramenta contra a violência e útil à convivência entre religiões e culturas distintas.

Nem todo mundo sabe, mas a humanidade não chegou aonde chegou caminhando com suas próprias pernas. Outros animais, contemporâneos ou anteriores ao homem, vêm caminhando com suas próprias pernas e não chegaram a lugar algum, no máximo a um zoológico. A evolução se deu graças ao poder e à força da palavra. O bom uso desse instrumento permite até a quem não tem pernas ir longe.


A humanidade poderia ter evoluído muito mais, não fosse a infinidade de palavras e a quantidade de idiomas inventados para comunicar-se. Criado entre 400 mil e 100 mil anos atrás, o homem demorou alguns milhares de anos para inventar a palavra. Prova disso é o fato de cada agrupamento humano utilizar-se de um conjunto de palavras diferentes. Isso só pode ter ocorrido devido a invenção da linguagem ter se espalhado pelo mundo. E a escrita, instrumento para transformar a palavra em meio de comunicação só foi inventada lá pelos 4.000 anos A.C. (2).

Mas a evolução somente foi incrementada há menos de 600 anos, com a invenção da imprensa, na década de 1430 (3), e a instituição do Prêmio Nobel de Literatura, cerca de 500 anos depois, no início do século XX. A imprensa permitiu a troca de conhecimentos entre os povos, e o prêmio reconhece quem se utiliza da palavra pelo bem da humanidade. É o que se propõe nesta data: divulgar a palavra como vínculo da humanidade e o diálogo como única forma de resolver os conflitos.

(1)   Saiba mais em: https://www.fundacioncesaregidoserrano.com/es/
(3)   https://brasilescola.uol.com.br/historiag/invencao-imprensa.htm

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Vítima condenada a 10 anos

O Tribunal do Júri de Samambaia, cidade do Distrito Federal, condenou uma vítima de perturbação do sossego a 10 anos  e  oito meses de reclusão e 10 dias-multa só por ter dado uns tiros num animal que não respeita o próximo e ficava infernizando a vizinhança com um som ensurdecedor e uma música de péssima qualidade.

Os membros do Júri e o magistrado provavelmente residem em outro planeta e nunca passaram por um constrangimento desse. O agressor era metido a dono do pedaço e obrigava o bairro inteiro a ouvir o som da sua vitrola. E além do volume, eram músicas de péssimo gosto. Quando o equipamento era ligado, o pessoal do bairro não conseguia ouvir nem o próprio pensamento, quanto mais a novela e o horóscopo do dia. Ninguém aguentava mais aquele inferno.

Pois os "marcianos", além de condenar a vítima, o fizeram com agravante de "motivo fútil", como se o sossego do cidadão não tivesse nenhum valor. Perigo é o arrependimento que terão quando passarem pelo mesmo constrangimento e sentirem na pele, ou melhor, nos ouvidos, o que o cidadão de bem passou.

(1) Disponível em: http://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2018/novembro/acusado-de-tentar-matar-vizinho-em-razao-do-som-alto-e-condenado-a-10-anos-de-reclusao