quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Eleições 2018: no mato sem cachorro

Há tempos a gente não se manifesta. Os leitores andam cobrando, mas estamos numa época ruim de se emitir juízo sobre o que quer que seja. Qualquer opinião é motivo de censuras severas. Antigamente, a pessoa opinava e alguém divergia; hoje, achincalha, hostiliza.

A democracia totalitária de João Bernardo também permite que sejamos constantemente fiscalizados por patrulhas de diversas correntes ideológicas e políticas. Com isso, a liberdade de expressão tornou-se uma armadilha. Se você se manifesta em favor de uma corrente, é execrado pela contrária, se não se manifesta, é execrado por ambas. Assim, as pessoas aptas a votar vão se odiando umas às outras mas não se propõem a debater os assuntos educadamente e buscarem um consenso.

O problema é a grande probabilidade de ocorrer um segundo turno. Os ânimos se acirrarão, as pessoas aptas a votar se odiarão mais ainda, enquanto seus candidatos farão alianças com candidatos que eles combateram no primeiro turno e trocarão juras de amor entre si. Como no futebol. Os jogadores adversários se abraçam após a partida, e combinam de confraternizarem-se em algum restaurante ou boite, enquanto os torcedores voltam para casa travando violentas batalhas campais.

Bernardo, João. Algumas reflexões acerca do livro Democracia Totalitária. Disponível na internet, não me lembro onde.

2 comentários:

  1. Estão ocorrendo alertas sobre a falta de segurança nas urnas eletrônicas.

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    1. Agradecemos sua participação. Próxima semana comentaremos sobre segurança das urnas eletrônicas.

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