segunda-feira, 30 de junho de 2014

Princesa do Vale reúne cachaceiros

A Confraria da Cachaça do Brasil realizou, nesta sexta-feira, 27/6, no Salão Pérgola da AABB, em Brasília, almoço para degustação da cachaça Princesa do Vale. Produzida desde 1949 na Fazenda Lua Nova, em Pedra Azul, Minas Gerais, tinha o nome da fazenda até o ano passado, quando passou a se chamar Princesa do Vale porque um concorrente engraçadinho resolveu registrar a marca e fazer uma cachaça com o mesmo nome. Antes de ser engarrafada, a bichinha fica descansando durante 8 meses em dornas de umburana, o que lhe confere um sabor amadeirado, intenso, leve e suave.

O Oia News procurou o produtor, Sr. Eliezer Lacerda Neto, para entrevista, mas encontrou um menino que, com o irmãozinho Luiz Lacerda, trabalhavam igual gente grande, pendurando cartazes, organizando as garrafas para degustação e para venda, atendendo aos presentes.

Elieser Neto é um jovem recém-chegado dos Estados Unidos, onde mora sua família, que resolveu incrementar as atividades iniciadas por seu avô, às quais seu pai, Celso Lacerda, vinha dando continuidade. Ano passado, chegou na fazenda da família e convenceu o pai a modernizar a produção e a estratégia de marketing, mudando até a marca, o rótulo e a graduação alcoólica, com o objetivo de atender ao crescente e dinâmico mercado cachacístico. A entrevista completa você confere clicando aqui.

Antes de degustar, observamos que o produtor não tinha dado nem um golinho e ficamos desconfiados do produto dele não ser grande coisa. Mas ele explicou que, naquele momento, estava trabalhando, e não bebe em serviço. E também porque depois do evento iria dirigir para fazer mais entregas.


Parece que os membros da Confraria gostaram da Princesa do Vale, porque as garrafas que o Eliezer levou não deram para atender a grande procura.


O "Sr." Eliezer Lacerda Neto é este menino (o segundo da esquerda para direita). Ele, seu irmão Luiz Lacerda e  o Diretor de Relações Públicas, Márcio Braga. (Foto Oia News)

"Seu" Eliezer com parte da Diretoria da CCB.  (Foto Oia News)

E o Salão cheio de cachaceiros.  (Foto Oia News)
Com a colaboração do jornalista e Diretor de Relações Públicas da CCB, Márcio Braga.

Para saber mais sobre a Confraria da Cachaça do Brasil, visite o site: www.confrariadacachacadobrasil.com.br.

Entrevista Eliezer Neto, produtor da Princesa do Vale

Hoje é 27 de junho de 2014 e nós estamos aqui com o Elieser Lacerda Neto, neto do primeiro produtor da cachaça Lua Nova, que agora mudou de nome para Princesa do Vale. Fale sobre a sua cachaça aqui para o Blog Oia News.

Eliezer Lacerda Neto fala para Oia News (Foto Márcio Braga/Oia News)


Eliezer Neto: A história da Princesa do Vale começou em 1949, com a cachaça Lua Nova. Lua Nova porque a fazenda se chama Lua Nova. Meu avô, Eliezer Lacerda, começou,  após a aquisição da fazenda, em 1949, a primeira produção da cachaça artesanal, que levava então nome de Lua Nova, em alusão o nome da fazenda. Seu Elieser, afamado fazendeiro, criou fama logo muito em breve com a cachaça e a cachaça se alastrou pelo Vale do Jequitinhonha, por ser de altíssima qualidade.

O Seu Elieser morreu em 1986 e meu pai, Celso Lacerda, prosseguiu com a produção da Lua Nova. A cachaça Lua Nova começou então a ser difundida mais ainda na região, sendo vendida inclusive em áreas para fora de Minas: Brasília era um mercado muito bom. Entretanto, em meados da década de 1990, um outro alambique produtor de cachaça conseguiu, junto ao INPI, Instituto Nacional de Propriedade Industrial, registrar a marca Lua Nova como deles. A gente acabou perdendo a patente da cachaça Lua Nova em 1998. Meu pai meio que desanimou com o ramo e segurou um pouco a produção, ficou simplesmente com o mercado regional justamente por essa desilução de ter perdido a marca Lua Nova. Então ele continuou prosseguindo com a fabricação, embora em baixa escala, justamente para atender ao mercado municipal e regional, mas ainda com o nome cachaça Lua Nova. Mas eu sempre sonhei em manter a tradição da família e ver novamente aquela produção, como meu avô fazia. Não queria deixar morrer. Porque foi ali que eu fui criado e de onde tenho boas lembranças.

Em 2013, eu regressei dos Estados Unidos, onde morava, e comecei então a desenvolver um planejamento mais profissional para nossa cachaça e resolvi abandonar o nome Lua Nova e fazer uma nova marca, porque não faz sentido você ficar difundindo uma marca que foi adquirida por alheio. Então, nós começamos com o planejamento da cachaça Princesa do Vale em agosto do ano passado. Eu mandei fazer um novo rótulo, novas garrafas. Agora sai tudo padronizado. Os rótulos são padrão exportação e estamos em vias de registro do alambique. Estamos regularizando todos os documentos que estavam pendentes para poder, de fato, começar a comercializar a Princesa do Vale em larga escala. Tanto para Minas quando para o Brasil inteiro e quem sabe, possivelmente, para o exterior.

Este é o primeiro lote que estamos tirando. Ela é descansada em dornas de umburana por aproximadamente oito meses. Está com uma graduação alcoólica de 42%, em volume de 20 graus, porque antigamente tirávamos a cachaça a 48%. Só que o mercado hoje em dia é muito dinâmico, as pessoas estão consumindo a cachaça de uma maneira mais ativa, então, a cachaça tem que ser um pouco mais suave, tem que ser mais leve para atender a todos os paladares. Só que a Princesa do Vale não perde o sabor intenso de cachaça. Permanece com aquela característica forte de cachaça mas dissipa logo na boca. É uma cachaça leve, suave, gostosa. Esse primeiro lote a gente está trazendo pela primeira vez em Brasília. É um prazer estar aqui hoje na Confraria da Cachaça do Brasil. Estamos contentes porque o pessoal está gostando, tem tido uma boa repercussão e vamos em frente. Vamos tentar colocar ela no mercado e prosseguir com esse produto.

Márcio Braga: Vai ter a branca? A caipirinha é feita com a branca.

Eliezer Neto: Vai ter a branca, a gente já produz. Não trouxe a branca porque eu não sabia que tem tanto mercado para ela. Mas o pessoal tem pedido e na próxima vez eu trarei algumas caixas da branca para divulgar aqui também.

Márcio Braga: Vocês pensam em alguma premium?

Eliezer Neto: Sim. Essa cachaça a 42% é para rotatividade alta. Mas a gente está soltando uma porcentagem da produção com 48%, como era tradicionalmente feita, que está indo para o envelhecimento. Vai sair com a reserva. A gente está pensando em um mínimo de dois anos de envelhecimento. Vai ter a branca, a intermediária e a mais forte, que é aquela cachaça tradicional. Essa vai ser uma cachaça premium, para as pessoas mais exigentes.

Márcio Braga: Vai ser na mesma madeira? E porque umburana?

Eliezer Neto: Vai ser umburana mesmo. É uma madeira de mais fácil acesso para nós e confere uma tonalidade diferenciada para cachaça. E o sabor e o aroma são mais leves que o de carvalho. As pessoas gostam muito do carvalho pela semelhança com o whisky, no final, o carvalho tem um amargozinho, ele trava um pouco a língua. A amburana não, ela é suave. Ela fica e desce redondo. Por isso que a gente está querendo manter essa tradição da umburana.

Oia News: A gente tem notícia que o número de alambiques em Minas Gerais reduziu muito. Os entraves burocráticos são muito onerosos para fazer registro mesmo? Faz sentido um monte de gente desistir de manter seu registro e ficar na clandestinidade?

Eliezer Neto: É verdade. Muitos produtores que a gente conhece lá na nossa região, principalmente os amigos do meu pai com quem eu tenho um contato, a maioria das cachaças que anteriormente estavam em processo de registro houve uma grande de desistência, porque a burocracia é tamanha e há um desestímulo por parte do governo. A gente não entende por que uma cachaça industrial tem incentivo fiscal e as cachaças artesanais não têm. Para as cachaças artesanais o imposto gira em torno de 37% a 40%. Quer dizer, para quem é pequeno produtor é muito difícil se inserir no mercado. Ainda tem que se preocupar com marketing, com produção padronizada. Tem que pagar impostos, salário do trabalhador. Não é fácil manter. Então, os pequenos estão preferindo ficar na clandestinidade porque a margem de lucro é maior e a produção permanece a mesma sem ter que investir nada.

Márcio Braga: E o mercado internacional? Porque o mundo inteiro adora cachaça.

Oia News: Inclusive o ex-presidente da República deveria ter diminuído a burocracia para ele ter cachaça de melhor qualidade para ele beber.

Eliezer Neto: Exato, o Lula inclusive foi várias vezes na nossa região, no Vale do Jequitinhonha, e a gente imaginava que ia ser uma coisa bacana, que a gente iria receber algum estímulo. Ele foi, recebeu várias cachaças de presente. Inclusive um amigo do meu pai deu uma caixa de presente para um assessor que, imagino, deve ter dado para ele. Mas o que permaneceu é justamente isso, ainda não tem incentivo fiscal para o pequeno produtor. O pequeno produtor sofre porque ele não tem dinheiro para investimento, é difícil aos bancos concederem financiamento para investirem no alambique, e para manter a produção também requer muitos cuidados, muitas exigências do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento, que faz muitas exigências, principalmente sanitárias. Então, para conviver com essas exigências é muito difícil. É preciso um investimento muito alto. A gente espera que os governantes deem uma olhada para o pequeno produtor de cachaça, para ele manter a tradição e até mesmo para estimular a economia. Ter pessoas participando de uma fatia maior da economia de uma maneira formal, se tivesse algum incentivo.

Márcio Braga: Como é o cultivo da cana, a colheita? É na queima ou não?

Eliezer Neto: Não! A gente nunca queimou cana para fazer cachaça.

Márcio Braga: E qual a área que vocês têm?

Eliezer Neto: A gente tem hoje 4 alqueires plantados de cana. É um canavial antigo. Desde a década de 1990 que esse canavial existe e já está um pouco enfraquecido. Para aumentar a produção, a gente vai investir em adubação e aragem do solo, vamos corrigir o ph do solo, vai ser uma coisa mais elaborada. Com isso, além de aumentar a qualidade da cachaça, aumenta também a quantidade da produção.

Márcio Braga: E a colheita, como é feita?

Eliezer Neto: A colheita é feita manualmente, a moagem é feita na mão. O processo é todo artesanal. Sai de lá na mão, entra na mão e sai da mão direto para a garganta.

Márcio Braga: E na hora do alambique, é desprezada a cabeça e a cauda?

Eliezer Neto: Retira a cabeça e a cauda. Só aproveita o coração.

Oia News: Para finalizar, qual é o diferencial da Princesa do Vale, além da tradição familiar, da sua simpatia e do seu dinamismo? 

Eliezer Neto: A gente está apostando em qualidade. Uma coisa que eu converso diariamente com meu pai. Porque o que acontecia era o seguinte: quando se tinha demanda da cachaça, saía uma produção de qualquer jeito. E isso é uma coisa que eu discordo. A cachaça tem que ter um padrão de alto nível, principalmente as nossas, que são feitas lá naquela região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, que é afamada na produção de cachaça. Nosso diferencial vai ser manter a qualidade. Eu não tenho intenção de ficar milionário com cachaça. Quero simplesmente manter uma tradição familiar e obviamente me divertir. Eu adoro estar nesse ambiente de pessoas que admiram cachaça, que gostam de uma cachaça de qualidade. Manter a produção em baixa escala justamente para manter esse padrão de qualidade. Esse rótulo, que o pessoal tem dito que está muito bonito. É o nosso lema: “Uma boa cachaça tem de ser cheirosa, suave e gostosa, como uma Princesa. Princesa do Vale.”

domingo, 29 de junho de 2014

Deus, os comentaristas e a Copa 2014

Parece que está havendo uma proteção divina às equipes nesta Copa do Mundo. Ontem, após o juiz deixar de marcar um pênalti em favor do Brasil e ter anulado um gol legítimo do Hulk, a bola do Pinilla foi desviada para a trave por algum encanto e o último pênalti do Chile foi na trave, para compensar.

Hoje, para compensar a grande atuação da Costa Rica durante o torneio, enfrentando três campeões mundiais, aquela equipe foi protegida e conseguiu segurar o empate durante 60 minutos com um jogador a menos (embora, pelo futebol apresentado hoje, as duas mereciam ter sido desclassificadas). Nos pênaltis, a mão divina levantou a do goleiro Navas para defender uma bola que tinha endereço certo.

Mas a melhor do dia foi a observação do comentarista da Globo, a respeito de um impedimento marcado aproximadamente aos 11 minutos do primeiro tempo. A besta quadrada conseguiu afirmar que aquele tipo de impedimento é muito difícil para o bandeirinha, mais educadamente conhecido por assistente: tem que estar muito atento e qualquer erro ou acerto dele não pode ser censurado. A gente fica pensando: quando é que se censura um acerto da arbitragem? Quando prejudica o nosso time?

sábado, 28 de junho de 2014

Pornografia diminui massa cinzenta

Estudos realizados pelo Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano, em Berlim, demonstraram que homens que passam muito tempo vendo pornografia na internet parecem ter menos matéria cinzenta em certas partes do cérebro e sofrem redução de sua atividade cerebral. A pesquisa foi realizada em 64 homens saudáveis com idades de 21 a 45 anos, que dedicam em média quatro horas semanais a assistir a vídeos pornográficos.

Os autores não puderam provar que esses fenômenos sejam causados diretamente pelo consumo de pornografia, mas nossa pitaqueira em comportamento humano suspeita que aquela parte do cérebro não diminui, apenas se desloca para reforçar a musculatura do braço direito. Ela enviou e-mail para os pesquisadores propondo outra pesquisa, para saber se o caso é reversível, caso os mesmos homens desliguem o computador e forem assistir pornografia ao vivo, nas casas de tolerância.

Com informações de:

Info Abril. Disponível em <http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/2014/05/pornografia-pode-ser-prejudicial-ao-cerebro-diz-estudo.shtml>. Acesso em 24 jun. 2014 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Diário de Viagem: Buenos Aires última parte

Hoje chega ao fim nossa série de posts sobre a Copa do Mundo vista da Argentina, ou mais propriamente, de Buenos Aires. Nos últimos 10 dias, convivemos com los hermanos, assistimos a duas partidas do selecionado portenho e uma da seleção brasileira naquele país. A experiência foi maravilhosa. Ficamos sabendo que nossos vizinhos são muito menos apaixonados por futebol do que nós. Um dia de jogo da seleção deles não para o país, como aqui. Ao que nos pareceu, os apaixonados mesmo são os membros das torcidas organizadas. Mas eles estavam no Brasil.

A descrença é mais ou menos generalizada. Torcem pelo seu time. Mas a maioria não aposta nele. Acham que a final ficará entre Alemanha, Holanda e o Brasil. E incluem o Brasil apenas por ser o anfitrião, não por acreditarem no futebol apresentado pela Canarinho até agora. A propósito, é importante observar que quem está jogando em casa é o Brasil, não a Seleção Brasileira. Façam as contas: dos 23 convocados, apenas 4 atuam em clubes brasileiros. Dois conhecem como ninguém o Estádio Independência, onde não será disputada nenhuma partida da Copa. Dois estão acostumados ao Maracanã de antes da reforma. Portanto, os jogadores da Seleção Brasileira estão jogando em campo neutro, e o favoritismo só pode ser explicado pela maior torcida.

Constatamos que eles nos amam como nós os amamos e que a rivalidade no esporte é recíproca mesmo, de verdade. Estão loucos para assistir a um Brasil x Argentina nesta Copa, na esperança de ganharem, claro. Mas torcem contra nossa seleção até em treino recreativo.

Também pudemos informar que os preços não estão atrativos. Se você quer conhecer Buenos Aires, tudo bem. Se pretende fazer compras, é melhor procurar outro destino. Mesmo com a moeda deles valendo cerca de 30% do Real, os preços dispararam tanto, que os de lá estão muito semelhantes aos daqui. Teve quem afirmasse que nos Estados Unidos os preços estão muito inferiores aos da Argentina.

Constatamos ainda que eles são tão bobinhos que nem se interessam em "arranhar" um portuguezinho, mesmo que xué, para nos compreender melhor e nos estimular a ir lá, gastar nossos preciosos Reais.

Não falamos sobre o assunto, mas lá, como aqui, o estresse é o mesmo. Muitos estranhos nos pararam na rua para alertar sobre os assaltos. Para que resguardássemos melhor nossos pertences. Que os motoristas de táxi são mestres em passar notas falsas. Para tomar cuidado com os cambistas (o que mais se ouve, andando  nas ruas do centro, especialmente a famosa Florida, é: câmbio, câmbio, troco dólares, reales) pois oferecem uma taxa atraente para trocar dinheiro de verdade por falsificações. Para não acreditar nos pacotes turísticos oferecidos a todo momento e ser muito cautelosos em relação às pessoas muito simpáticas.

Mas a constatação mais importante é a de eles são terceiro mundo, como nós. Quem pensa que ir à Argentina é ir para o exterior, está equivocado, nem passaporte e visto precisa. É um Brasil diferente, com idioma diferente mas muito pior, porque eles têm o nariz mais empinado do que deveriam, quer ver:
  • eles acham que têm o melhor futebol do mundo, embora a FIFA discorde, para ela, em Copas do Mundo, o Brasil é o 1.º e los Hermanos o quarto. Embora no ranking geral o Brasil esteja em 3.º, a Argentina está em 5.º;
  • no ranking, também da FIFA, das melhores equipes do ano entre 1993 e 2012, o Brasil figura como Top Team 11 vezes (de 1994 a 1999 e de 2002 a 2006) e a Argentina somente em 2007. No de pais que mais pontos fez durante o ano, somente o Brasil aparece, ao lado da Algéria, em 2009;
  • no Futsal, foram 10 campeonatos mundiais, de 1982 a 2012. O Brasil chegou à final em 9 deles e ganhou quase todos, 7. Espanha faturou 2 e Paraguai 1. Los hermanos nem a vice chegaram;
  • nos números da Fédération Internationale de Volleyball, FIVB, as brasileiras estão em 1.º e as argentinas em 18º; no masculino, estamos em 1.º e eles compartilham o 7.º com Cuba. Nos juniores da mesma forma: masculino em 2.º e 5.º e feminino 2.º e 19.º;
  • na Fórmula 1 eles tiveram um campeão mundial, Juan Manuel Fangio: nós tivemos três: Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna.

Com informações de:

FIFA. Disponível em <http://www.fifa.com>. Acesso em 27 jun. 2014.

FIVB. Disponível em <www.fivb.org>. Acesso em 27 jun. 2014.

Veja. Disponível em <http://veja.abril.com.br/cronologia/f1/>. Acesso em 27 jun. 2014.

Rank Brasil Recordes Brasileiros. Disponível em <http://www.rankbrasil.com.br/Recordes/Materias/06tO/Maior_Numero_De_Titulos_Em_Copas_Do_Mundo_De_Futsal>. Acesso em 27 jun. 2014.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Diário de Viagem: Buenos Aires 9.ª parte

Não é à toa que os argentinos têm apenas 2 campeonatos mundiais e o Brasil, 5. Faltando 30 minutos para o jogo, as ruas do centro estavam repletas de gente, como um dia normal. A praça San Martin até que estava abarrotada, mas durante o jogo, muita gente parou em frente às TVs ligadas nos estabelecimentos comerciais, depois, a vida voltou ao normal.

No alto, à direita, o relógio marca 12h18, e o povo parece que nem sabe que haverá jogo de sua seleção (foto Oia News)

Além de alguns brasileiros com suas compras, Buenos Aires está igual a Porto Alegre: só tem argentinos (foto Oia News)
Não tem foguetório: os cães agradecem. Se você não estiver assistindo ao jogo nem próximo a um grupo que esteja, dificilmente saberá que alguém fez um gol. Depois da vitória, de vez em quando passa uma pequena carreata com muitas bandeiras ou se vê um grupo mais entusiasmado, em algum bar, comemorando. A não ser isso, é vida que segue.

Veja o que os jornais publicaram depois do jogo

El Clarín. Argentina ganhou da Nigéria 3 a 2. Argentina mostrou suas duas caras em Porto Alegre frente à Nigéria. A equipe da Sabella derrotou por 3 a 2 a seleção africana, graças ao seu poderio no ataque, mas apresentou fragilidade na defesa.

Canchallena. Argentina x Nigéria: a seleção ganhou 3-2, somente graças a Lionel Messi. Olhando friamente os números, a fase de grupos da Argentina foi perfeita, termina com 9 pontos. Porém, também mostrou, como nunca na Copa do Mundo, seu lado mais frágil: os problemas defensivos.

La NacionPara a seleção argentina, o verdadeiro "Mundial" começa frente a Suíça, rival nas oitavas. Segundo os jogadores, chegou a hora da verdade e os equívocos não serão mais perdoados.

Com informações de:

El Clarín. Disponível em <http://mundial-brasil-2014.clarin.com/Argentina-gano-Nigeria_0_1163284050.html>. Acesso em 25 jun. 2014.

La Nacion/Canchallena. Disponível em <http://canchallena.lanacion.com.ar/1704400-argentina-vs-nigeria-copa-del-mundo-brasil>. Acesso em 25 jun. 2014.

La Nacion/Canchallena. Disponível em <http://canchallena.lanacion.com.ar/1704516-para-la-seleccion-argentina-el-verdadero-mundial-comienza-ante-suiza-rival-de-octavos>. Acesso em 25 jun. 2014.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Diário de Viagem: Buenos Aires 8.ª parte

Assistir futebol pela TV, na Argentina, é muito parecido com ouvir a transmissão pelo rádio no Brasil. O narrador fala quase como um radialista e tem um comentarista para ajudá-lo, que quase não interfere na narração. Mas não enfatizam os erros da arbitragem como as TVs brasileiras, a não ser que sejam muito escandalosos. Interessante que, acompanhando as transmissões da TV Pública e da Rede TyC, tem que prestar muita atenção para saber que houve gol no jogo transmitido pela outra emissora. Também não mostram o gol do jogo transmitido pela concorrente.

A Copa do Mundo da FIFA está sendo televisionada em canais abertos da TV Pública argentina, que também transmite os jogos dos campeonatos nacionais. Uma grande vantagem é que não tem publicidade durante as transmissões. Para o Mundial, foi incluído espaço para propaganda, para "aliviar" os custos de cerca de 227 milhões de dólares. Esse incremento na economia do país é um peso (não confundir com 1 peso, ou $1) para a frágil economia de los hermanos. O horário dedicado a propaganda paga é no intervalo das partidas.

Veja o que dizem os jornais daqui

El Clarín: Fronteira com Brasil em colapso por torcedores argentinos. As fronteiras de Paso de Los Libres-Uruguaiana e Colón-Paissandu estão em colapso. Para esta quarta se esperam mais de 100 mil torcedores (argentinos) para assistir ao jogo entre Argentina e Nigéria, mas há um detalhe importante: a capacidade do estádio Beira Rio é de 48.800 pessoas. Uma coisa é certa: muitos dos que viajam não têm ingresso. E muitos não os terão. Uma enxurrada de argentinos se nota também no Aeroporto Salgado Filho, onde chegarão mais de 30 voos adicionais com mais 3.000 torcedores.

Segurança em alerta máxima em Porto Alegre. As ruas de Porto Alegre, cinzas por um inverno que começa a chegar, carregado de chuva e frio, começam a tingir-se de azul e branco. A polícia do Rio Grande do Sul terá talvez a mais difícil tarefa da Copa do Mundo: garantir a segurança de um espetáculo que, segundo seus cálculos, poderá ter um movimento de 100 mil argentinos, embora apenas 18.500 argentinos tenham comprado seu ingresso. A essas horas, se pediam 2 mil reais (cerca de 10 mil pesos argentinos) por um lugar nas arquibancadas para ver Messi e companhia.

El País: Alejandro Sabella: Temos que melhorar, começando por mim. Não confirmou a formação, porém entrará com o 4-3-3 e quer dar ritmo de jogo aos quatro fantásticos (Di María, Messi,  Agüero e Higuaín), porque eles precisam.

Ole: "Necesitam entrosamento" Sabella confirmou o 4-3-3 para enfrentar a Nigéria na quarta, mas falou de contusões e não confirmou a equipe. Acredita que o importante é "ter mobilidade para encontrar os espaços". E disse que "tem que melhorar".

Diario La Prensa: Sabella: "Temos que melhorar todos". "Devemos sobretudo ter um pouquinho mais de mobilidade para encontrar os espaços", disse o treinador da seleção argentina. "Não confirmei a equipe, mas é certo que jogaremos com a formação 4-3-3. Se Messi estiver bem, irá jogar. A ideia é entrosar os quatro da frente".

Canchallena: Deportaram o membro da torcida organizada que combinou com uma facção da torcida do Inter para conseguir ingressos. Detiveram 15 suspeitos na fronteira com o Brasil, por constarem na relação de 2.100 nomes com antecedentes, entregue pelo Ministério da Justiça argentino à polícia brasileira. Hernán Palavecino, integrante da torcida organizada do Independiente, é um deles. Foi ele quem conseguiu 200 ingressos para torcedores argentinos com o chefe da torcida organizada do Internacional.


Com informações de:

El Clarín. Disponível em <http://mundial-brasil-2014.clarin.com/seguridad-Porto-Alegre_0_1162684006.html>. Acesso em 24 jun. 2014.

El País. Disponível em <http://canchallena.lanacion.com.ar/1704122-alejandro-sabella-tenemos-que-mejorar-empezando-por-mi>. Acesso em 24 jun. 2014.

Diario La Prensa. Disponível em <http://www.laprensa.com.ar/424440-Sabella-Tenemos-que-mejorar-todos.note.aspx>. Acesso em 24 jun. 2014.

Diário de Viagem: Buenos Aires 7.ª parte

Hoje o Brasil respirou aliviado. Neymar fez o que os lusitanos esperavam do CR7, superando Camarões por 4 x 1. Fred finalmente desencantou nesta copa, com um gol de cabeça.

Veja como os jornais argentinos comentaram a partida.

El Clarín: Brasil goleou e agora espera o Chile. O 4-1 sobre Camarões, apesar de algum sobressalto isolado, foi a apresentação mais convincente do Brasil no Mundial. Num espetáculo que teve Neymar como maestro, cada ataque do Brasil parecia que iria terminar em gol, porém, atrás tinha muitos problemas. 



El PaisNeymar pára tudo. O futebol fantástico do atacante alivia o Brasil, que enfrentará o Chile nas oitavas. Se havia alguma dúvida de que o Brasil até agora é Neymar, a partida com Camarões dissipou todas. Como Garrincha, Neymar foi a alegria do povo. No mundial, está tirando 10 em tudo: joga, dribla, dá assistência, bate faltas e marca.



Ole: Ney problema. Brasil superou Camarões com uma goleada 4-1 graças aos lampejos de Neymar. Neymar é para a equipe de Scolari o que Messi é para a de Salabella: alguém que com um par de lampejos muda o resultado.



Diario PopularBrasil goleó a Camerún y terminó primero en el Grupo A. Brasil se garantiu pelas mãos de Neymar. Fred, apagado durante grande parte do jogo, se fez visível por alguns segundos e marcou o terceiro, de cabeça.



Mas o que chamou a atenção foi a transformação da cidade para a semana. Cedinho, o pessoal da limpeza tratou de recolher os anúncios colados no final de semana (confira no post de ontem) e preparar a capital para a rotina.



A difícil vida das mulheres preparando a cidade para a rotina (foto Oia News)

Enquanto o cidadão busca pelos anúncios de mulheres de vida fácil (foto Oia News)


Com informações de:

El Clarín. Disponível em <http://mundial-brasil-2014.clarin.com/Brasil-honrar-historia-Camerun_0_1162084188.html> acesso em 24 jun. 2014.

El Pais. Disponível em <http://deportes.elpais.com/deportes/2014/06/23/mundial_futbol/1403560481_156467.html> acesso em 24 jun. 2014.

Diario Popular. Disponível em <http://mundial.popular.tv/noticias/370-brasil-buscara-asegurarse-clasificar-primero-ante-camerun> acesso em 24 jun. 2014.

Ole. Disponível em <http://www.ole.com.ar/mundial-2014/grupo_a_camerun_brasil_0_1162084092.html> acesso em 24 jun. 2014.

domingo, 22 de junho de 2014

Diário de Viagem: Buenos Aires 6.ª parte

Parece que ter o melhor jogador de futebol do mundo e o mais bonito não tem trazido muita vantagem à Seleção Portuguesa. Lamentavelmente, é um esporte coletivo. Se os lusitanos tivessem uma equipe, em vez de um jogador...

A transmissão do futebol no Brasil, com um narrador, um comentarista de futebol e um comentarista de arbitragem é muito boa.

Voltando à Argentina, Buenos Aires é uma cidade repleta de atrativos. Zoológico (aliás, dois: um muito bom em Buenos Aires, e outro, maravilhoso, a cerca de uma hora da Capital Portenha), Jardim Japonês, Planetário Galileo Galilei, igrejas de todos os tipos e tamanhos e até o Cementerio de Recoleta, com suas lápides exuberantes onde repousam pessoas mundialmente conhecidas. Muitos prédios e monumentos testemunhando um passado de opulência e glórias.

Los hermanos são gente muito boa. Há muitas feiras interessantes e um comércio movimentadíssimo. Entretanto, admira que, com a crise financeira assolando o país e a quantidade de brasileiros circulando pelas ruas de Buenos Aires, los hermanos não se esforcem nem um pouquinho para arranhar um portunhol e tomar mais dinheiro dos bolsos de nossos compatriotas. Não têm nenhum constrangimento em dizer que não entendem português. E devem repetir isso centenas de vezes por dia. Parece que aqui tem mais brasileiros querendo gastar do que argentinos a fim de ficar com esses milhares de reais a fim de trocar de bolsos. Mas não se enganem. Os preços não são atrativos.

A Calle Defensa tem quilômetros de feira, iniciando na Plaza de Mayo e terminando depois do Mercado de San Telmo. Artesanato, roupas, calçados, algum brechó e muita antiguidade. (Foto Oia News)


O Caminito é lindo. Pena que os dançarinos de tango e empregados dos restaurantes sejam tão inconvenientes. É um saco andar por ali e a todo momento alguém se oferecer para tirar fotos ou convidar para um ou outro restaurante.

Caminito. (Foto Oia News)

Dançarinos de tango, por toda a parte, se oferecem para tirar fotos. (Foto Oia News)
Com as bênçãos do Papa. (Foto Oia News)
A diversão é garantida. Várias opções: city tour, passeio de barco ao Delta do Tigre etc. etc.

Além do tradicional busum, você pode optar por um citytour numa belezura dessas. (Foto Oia News) 

Ou essas aí. (Foto Oia News)

Tem ainda o passeio de charrete. (Foto Oia News)
Mas pode pegar um folhetinho desses e fazer contato. (Foto Oia News)

São colados em qualquer lugar fácil de ser destacado. (Foto Oia News)


E o container tem três utilidades. (Foto Oia News)

Hoje, no restaurante La Vieja Rotiseria de Nonno Bachicha lotado, veio um ingrediente na conta que nós nunca havíamos visto na vida: cubierta para 3, 42 pesos. Ou seja 14 pesos por pessoa. E o garçon advertiu que não estavam incluídos os 10% dele. Perguntado, o caixa mostrou que está prevista no cardápio a cobrança e esclareceu que se trata do estabelecimento. É algo como cobrar ingresso, só que não é para entrar, é para sair do restaurante. Dá para acreditar?! 

Olha a folga! (Foto Oia News)

Diário de Viagem: Buenos Aires 5.ª parte

Depois do jogo com o Irã, o ânimo de los hermanos com a albiceleste parece ter reduzido mais um pouco. Acompanhando o jogo num telão instalado na Plaza San Martin, o que se pode ver foram los hinchas torcendo com o coração: deixaram a razão em casa para não atrapalhar. Esperávamos mais entusiasmo. Para um jogo da Copa do Mundo, o pessoal estava muito comportado, comparando com brasileiros assistindo a um jogo da Seleção Brasileira, e o comportamento da torcida argentina, no Brasil.

A Plaza San Martin se preparou para receber os torcedores (Foto Oia News)

Que se comprimiam para assistir ao jogo (Foto Oia News)


O que dizem os periódicos


O Todo Notícias estampou "Solo un golazo de Messi salvó la ropa de una pobre Argentina". Foi um gol para lavar a roupa, porém o conceito não muda: Argentina jogou mal, decididamente mal (grifo no original). E terá que melhorar muito se quer ter aspirações sérias no Mundial.



O Telam saiu com essa: "Entonces Messi frotó la lámpara" ("Então Messi esfregou a lâmpada, numa alusão ao jovem Aladim" [quem não conhece a história que leia Aladim e a lâmpada mágica]). Com esse gol extraordinário, o segundo nesta Copa do Mundo e o número 40 na seleção nacional, "La Pulga" selou a passagem às oitavas de final da equipe de Alejandro Sabella, que vai de mal a pior, mas que voltou a deixar dúvida pelo pobre nível futebolístico exibido.



El Clarín: Con un golazo de Messi, Argentina clasificó a octavos. La Pulga puso el 1-0 en el final del partido y selló una victoria inmerecida (grifei) ante Irán.



El PaisMessi disimula la miseria. O atacante meteu um gol de fora da área aos 91 minutos para aliviar o sofrimento da Argentina, diante  do esforçado Irã. Messi marcou aos 91 minutos e calou, sob um manto de entusiasmo, as penúrias que ameaçavam a Argentina. O gol, quando a partida terminava e a torcida se desesperava em um silêncio estremecedor, servirá para classificar a equipe e somar horas na competição. Porém, os sintomas deste candidato ao título são péssimos. Tão maus que é difícil considerá-lo um aspirante sério.



Enquanto o clima na Cidade do Galo, onde os argentinos treinam, aparentemente retornou à paz, o Presidente da AFA - Asociación del Futbol Argentino, Julio Grondona, e o baixinho de la mano de dios andam às turras. Desde a Copa de 2010, quando Maradona dirigiu a seleção de seu país, ambos não se entendem. Ontem, depois do golaço de "el Pulga", Grondona disse que "o pé frio saiu e nós ganhamos". O dito cujo mandou a resposta em seu programa diário De Zursa, produzido pela TV venezuelana e transmitido pela TV Pública argentina: "Quiero decirle a Grondona que lo que tengo puesto me lo gané trabajando y él se lo ganó con la FIFA". E fez aquele gesto característico, com o dedo médio em riste e os demais curvados, em frente às câmeras.





Pode parecer preocupante para brasileiros. Um argentino nos disse que suas preocupações são grandes quando os brasileiros estão descrentes com a seleção canarinho e, ao contrário, tranquilizam-se quando estamos confiantes. Será que está ocorrendo o mesmo por aqui? Se for isso, ambas estão se mostrando fortemente candidatas ao título: nem nós nem eles estão acreditando muito em nossas equipes.

Com informações dos periódicos mencionados e mais:

El Clarín. Disponível em <http://mundial-brasil-2014.clarin.com/New-York-Times-pregunta-Argentina_0_1154885020.html. Acesso em 22 jun. 2014.

Telam. Disponível em <http://mundial.telam.com.ar/notas/201406/68248-maradona-lo-que-tengo-puesto-me-lo-gane-trabajando-el-con-la-fifa.html>. Acesso em 22 jun. 2014.

Todo Notícias. Disponível em <http://tn.com.ar/deportes/esencial/sabella-teniendo-a-messi-todo-es-posible_508055>. Acesso em 22 jun. 2014.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Diário de Viagem: Buenos Aires 4.ª parte

Não conhecemos competição mais zebrosa que a Copa do Mundo de Futebol. Os azarões costarriquenhos estão classificados em 1.º  lugar no Grupo D, após derrotarem Uruguai e Itália. Foram os primeiros a passar para a próxima fase. Quem diria! Culpa da FIFA, que deixa qualquer um participar. Agora, ingleses vão para casa, após cumprirem tabela contra a própria Costa Rica, fazendo companhia à poderosíssima Espanha. Itália e Uruguai que se virem para se classificar. A torcida, por aqui, é pelo Uruguai. Vai entender...

Enquanto isso, lá em BH, o clima já melhorou na Cidade do Galo. Consequentemente, já melhorou aqui também, embora a temperatura continue baixa. O entrenador Sabella decidiu atender os conselhos de Messi e jura que esse pequeno grande jogador terá companhia no campo adversário. Vai entrar com um 4-3-3. Mas Sabella se saiu bem. Disse que sempre conversa com os jogadores e que "No me molestó lo que dijo Messi porque lo hizo con respeto".

Interessante a opinião dos argentinos. Torcem para a seleção de seu país. Mas à pergunta: quem irá para a final, não titubeiam em apostar em Alemanha e Holanda. Não fiz os cálculos para saber se esse confronto é possível, mas é a opinião da maioria de los hermanos com quem conversei. Até o âncora de um noticiário matinal da TV Pública afirmou que seu coração torce para a Argentina, mas não viu futebol suficiente para aspirar a algo. Entretanto, o mundo torce por uma final entre Brasil e Argentina. Vai entender...

Também deixaram a impressão de Messi ser mais ídolo fora do seu país. A opinião predominante é de que o baixinho "de la mano de dios" tinha garra, o que falta ao atual melhor do mundo. À propósito, dá para acreditar que os argentinos acreditam mesmo que o baixinho "de la mano de dios" é o melhor jogador de futebol de todos os tempos? Certamente, não assistiram aos jogos do Pelé em todas as equipes nas quais atuou.

Fora do futebol, os argentinos andam às turras com os estadunidenses. Como a gente veio aqui para saber de futebol, não sabemos dizer o que o país hegemônico no mundo fez que para atiçar essa ira. Mas alguma atitude deles impedirá a Argentina de pagar a parcela de la deuda externa que vence no próximo dia 30. Com isso, várias manifestações estão acontecendo. Hoje, durante o almoço, passou uma carreata em frente ao restaurante, que tirou metade dos comensais de suas mesas para apoiar a manifestação. Estão aí as fotos.

O povo largou o prato e veio para a rua apoiar a manifestação contra ingleses e estadunidenses. (Foto Luis Guieiro/Oia News)
A van explica o motivo da carreata. (Foto Luis Guieiro/Oia News)
A simpatia dos argentinos é espantosa. Hoje fomos abordados por um hermano portando um crachá e trajando um jaleco bastante parecido com um uniforme. Muito solícito, prestou informações importantes de onde assistir aos jogos junto com o povo, para sentir as verdadeiras emoções que viemos buscar para transmitir aos nossos leitores. Elogiou muitíssimo o Brasil e os brasileiros e garantiu que essa copa e nossa. Chamou os argentinos de arrogantes e mais um monte de coisas elogiosas ao nosso país e ao nosso povo. Na despedida, pediu uma doação para sua entidade. 

Estamos tendo algumas dificuldades aqui:

1- É necessário escolher entre apreciar a arquitetura e pisar em cocô de cachorro ou sair com os sapatos limpos e deixar de apreciar a paisagem. Até os caninos abandonados nas ruas da cidade são bonitos. Mas tanto eles como os abastados têm uma predileção toda especial por defecar nas calçadas (eu escrevi foi cagar, mas a revisora mudou, para não ficar feio). Dá até a impressão que o fazem e ficam apostando uns com os outros quem será o primeiro a pisar.

2 - Los hermanos são gente boa. Uma prosa com um argentino é algo bastante prazeroso, se você for muito bom no castelhano. Eles não fazem nenhuma questão de falar ou entender o português, o que redunda em grande prejuízo para quem anda com a economia bastante econômica. No almoço de ontem, para decifrarmos o que estava escrito no menu, somente conversando em inglês. Não compreendemos o nome de um ingrediente e não havia um filho de deus que falasse português no estabelecimento. Azar o deles, hoje demos preferência a outro restaurante.

3 - Nem sempre temos local apropriado para redigir nossos posts. Assim, aproveitamos qualquer intervalo para digitar qualquer coisa com um dedo só, no smartphone. Abaixo, nossa redação, na cerca do Jardim Botânico, em frente ao Zoológico de Buenos Aires, enquanto descansávamos de uma longa caminhada em busca de informações relevantes para este blog. O Argentino ao lado confere se não vem nenhum suspeito de interessar-se em levar o aparelho.


Com informações de:

Todo Notícias. Disponível em <http://tn.com.ar/>. Acesso em 20 jun. 2014.

TV Pública. Disponível em <http://www.tvpublica.com.ar/>. Acesso em 20 jun. 2014.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Diário de Viagem: Buenos Aires 3.ª parte

O que é assunto por aqui

Parece que o ambiente na Cidade do Galo poderia estar melhor. As críticas feitas por Lionel Messi ao técnico Alejandro Sabella pegaram mal na Argentina e têm ocupado espaço dos jornais deste país.

Para piorar, a filha do treinador declarou, no programa La vuelta de Zloto, da Radio Del Plata, que "não vou negar que [Messi] é um jogador habilidoso, que quebrou e quebra recordes, porém, lhe falta um pouquinho mais de coração, de sangue". Também disse que "se você é o melhor do mundo joga em todos os lugares da mesma maneira".

Para o zagueiro argentino Martin Demichelis, Lionel Messi "não põe nem tira ninguém" do time. Ele afirmou também que o técnico Alejandro Sabella "tem apoio total da equipe."

Para quem queremos a Argentina na final isso é preocupante. Uma das poucas chances de confronto entre Brasil e Argentina nesta copa é ambas disputarem a final. Não é possível ganhar deles sem jogar com eles. O entrosamento de los hermano tem que estar afinado dentro e fora de campo para encontrar conosco lá na frente. No entanto, até o baixinho de la mano de dios, que participa de um programa esportivo na TV Pública da Argentina, já reconheceu que a celeste y blanca, "por lo que mostró, no está para campeon del mundo".

Voltando a falar de coisas importantes

Enquanto isso, lá na Arena do Corinthians, a Inglaterra dá seu show: 62% de posse de bola contra 38% do Uruguai; 13 finalizações, 8 certeiras, contra 10 do Uruguai, 6 no gol. O time da Beth também fez menos faltas: 12, contra 17 dos uruguaios. O único problema é que os nossos vizinhos fizeram mais defesas e ganharam por 2 x 0. Agora, os ingleses torcem para não dar empate entre Itália e Costa Rica na próxima sexta, para terem alguma esperança de reverter a situação, na terça, contra a Costa Rica.

Mudando de assunto

O governo da Argentina, como o do Brasil, também não se preparou para o Mundial. As fotos mostram as obras no centro da cidade, enquanto as seleções se defrontam logo alí, no vizinho. Veja na foto abaixo como o cidadão deste país anda cabisbaixo, com vergonha dos turistas, pensando que estão rindo deles. Ainda bem que a Copa não é aqui.

O cidadão argentino anda cabisbaixo, com vergonha de receber os turistas com o centro da cidade cheio de obras (Foto: Oia News)

Se no centro os bancários fazem sua manifestação, como mostrado ontem, en la Plaza de Mayo, ex-combatentes e até um motoqueiro protestam. Diz um fantasiado de tangueiro que enche o saco para que o turista tire unas películas con él em troca de uns trocados, que o motoqueiro empurra a moto para protestar contra os baixos salários: não sobra nem para a gasolina da moto.

Protesto de ex-combatentes (Foto: Oia News)

Protesto de ex-combatentes (Foto: Oia News)

Motoqueiro sem grana para a gasolina protesta em frente à Casa Rosada (Foto: Oia News)

Enquanto isso, a Cris emana seu brilho, na Casa Rosada.

O halo indica que a Cris está lá, trabalhando, para desespero de los hermanos (Foto: Oia News)
Com informações de:

Bolavip. Disponível em <http://bolavip.com/84520/declaraciones-de-la-hija-de-alejandro-sabella-criticando-a-messi>. Acesso em 19 jun.2014.

TN. Disponível em <http://tn.com.ar/deportes/tremendo/escandalo-la-hija-de-sabella-trato-de-pecho-frio-a-messi_410755>. Acesso em 19 jun.2014.

TN. Disponível em <http://tn.com.ar/deportes/esencial/mensaje-para-el-dt-messi-dejo-en-claro-como-quiere-que-juegue-la-seleccion_506936>. Acesso em 19 jun.2014.

TN. Disponível em <http://tn.com.ar/deportes/esencial/maradona-por-lo-que-mostro-argentina-no-esta-para-campeon-del-mundo_506998>. Acesso em 19 jun.2014.

R7. Disponível em <http://esportes.r7.com/futebol/copa-do-mundo-2014/argentina-nao-cruza-o-caminho-do-brasil-antes-da-semifinal-06122013?quiz=6#r7quiz_526eca2f1d4206921a007ad2>. Acesso em 19 jun.2014.

Super Esportes. Disponível em <http://www.superesportes.com.br/app/1,1195/2014/06/19/interna-noticia,286911/inglaterra-se-complica-de-vez-na-copa-com-pior-comeco-de-participacao-na-competicao.shtml>. Acesso em 19 jun.2014.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Diário de viagem: Buenos Aires 2.ª parte

Nosso primeiro dia em Buenos Aires foi dedicado a estruturar nossos próximos dias. Fazer câmbio, dar uma volta em volta do nosso apartamento para nos localizarmos, adquirir um chip para não pagar roaming internacional, fazer compras de supermercado etc. Além disso, assistir à queda do primeiro favorito: a Espanha. Grande atuação do Chi, Chi, Chi. Le, Le, Le. Viva Chile!

Ficamos conhecendo o Paulo, da Actitours, uma agência de turismo. Quando passamos na porta, ele estava ao telefone. Percebi que falava um português muito próprio de brasileiro. Combinei com o Luís esperarmos ele terminar, mas não terminava nunca. Brinquei que ele estava ao telefone discutindo com a esposa os detalhes da separação. Voltamos muito tempo depois e ele realmente confirmou que estava com a esposa ao telefone, não debatendo detalhes da partilha, mas da obra que estão tocando em São Paulo. Quase a mesma coisa. Ele não confirmou nem contestou, mas expliquei para o Luís, na presença dele, que ela o estava culpando de tudo de errado. Não precisa ouvir um telefonema longo entre marido e mulher: ela o está culpando até de ter nascido. Pareceu-nos gente boa. Amanhã tentaremos negociar uns passeios guiados, ou seja, aqueles passeios idiotas que se faz com quem já está de saco cheio de ir aos mesmos lugares, prestando as mesmas informações. Também ficamos sabendo que 1.000 pesos é igual a 294 reais no câmbio oficial.

No percurso entre o "departamento" e o supermercado, passamos por uma manifestação dos bancários que estão fazendo um "paro" (foto). Mas parece que seus colegas não entenderam a mensagem, pois fomos ao banco e sacamos um troco sem nenhum empecilho.

Paro bancário em Argentina. Conhecido no Brasil como greve. E, como no Brasil, com pouca adesão. Foto Oia News.

Também conseguimos adquirir um chip da Movitel. 2 G. O Paulo, da Actitours, já nos havia advertido que a internet daqui é meio chué (ele não falou assim, não. É muito educado. Mas insinuou).

Enquanto isso, vamos nos contextualizando. Até o início da Copa de 2014, o Brasil lidera a competição com 216 pontos, seguido da Alemanha, com 199 pontos, Itália, 153, e Argentina, 124.

Lidera também em número de participações, com 19. A Alemanha e a Itália participaram 17 vezes e a Argentina, 15.

O pais que mais atuou foi a Alemanha, 99 jogos, seguida pelo Brasil, 97, Itália 80 e Argentina, 70 partidas.

O Brasil obteve o maior número de vitórias, 67, seguido pela Alemanha, 60, Itália 44 e Argentina 37. Portanto, o Brasil venceu 69% das partidas que disputou, a Alemanha 60,6%, Itália 55% e Argentina 52,85%.

O Brasil é o artilheiro das Copas, com 210 gols, seguido da Alemanha, com 206. Itália, 126 e
Argentina, 123.

O Brasil perde para Alemanha em número de gols contra: a Alemanha levou 117 (1,18 por partida), o Brasil 88 (0,90 pp), a Argentina 80 (1,42 pp) e a Itália, 74 (0,92 pp).

Em número de gols por partida, o Brasil também está na frente, com média de 2,23, Alemanha 2,01, Itália, 1,91 e Argentina, 1,77.

Os dados acima não colocam a Argentina como o melhor futebol do mundo, como pretendem. Também não explica a origem da rivalidade esportiva entre brasileiros e argentinos, mas em matéria de esportes, os dois países têm algo em comum: ambos torcem contra o outro. Estamos pesquisando o motivo de eles não terem ido disputar a Copa no Brasil, em 1950: uns dizem que foi por ódio, outros, que foi por inveja. Vamos pesquisar.

Com informações da FIFA. É só ir lá no site e consultar dados estatísticos.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Diário de Viagem: Buenos Aires 1.ª parte

A partir desta quarta-feira, 18/6, estaremos transmitindo diretamente da Argentina, mais exatamente de Buenos Aires, onde iremos saber como é que los hermanos acompanham a Copa do Mundo de Futebol.

A Argentina é o 8.º país do mundo em extensão. São 2.780,400 Km2. Embora seja apenas 32,65% do tamanho do Brasil e cerca de 1.000.000 Km2 menor que a Região Norte, é muito maior que cerca de 200 países do mundo. Somente sua Capital é quase 5 vezes maior que o menor país do planeta, o Vaticano, e tem cerca de 4 vezes mais habitantes que esse país. Como é um país enorme, concentraremos nossas atenções na capital e região metropolitana.

Buenos Aires é situada em uma superfície de 202 km2 onde vivem, aproximadamente, 3 milhões de pessoas, a maioria argentinos. O idioma oficial é o espanhol, mas para a embaixada daquele país é o castelhano. Esperamos que eles entendam o português pelo menos do mesmo modo que nós entendemos a língua deles. A cidade é banhada pelo rio da Prata, mas para lavar as mãos e rosto tem ainda o Riachuelo, que separa Buenos Aires do leste e sul.

A viagem de ida até Porto Alegre foi muito boa. O aeroporto de Brasília, também conhecido por Juscelino Kubitscheck, finalmente ficou parecido com um aeroporto internacional. Muito grande, 
trocentos portões de embarque, mais de uma lanchonete e um free shop. O serviço de alto-falantes ficou devendo: é muito difícil ouvir e entender o que falam. Pelo menos dos portões vinte e alguma coisa. Não fosse a importância das informações transmitidas, ficaria melhor desligar aquela porcaria.

Oito profissionais que atuam no aeroporto, desde servente de limpeza até comissário de solo e de bordo não souberam informar onde fica a sala VIP. Tivemos que aguardar no saguão, mesmo. Mas a gente queria mesmo saber se a sala merece esse nome.

Redação Oia News/Funzone/Aeroporto Salgado Filho/Porto Alegre/RS

Dentro da aeronave, às 9h40 o comandante muito simpático informou que nosso voo, previsto para 9h13, iria se atrasar. Foi um susto geral: ninguém havia reparado nisso, quem é que se dá conta que o voo atrasou só porque já está há mais de uma hora dentro do avião e ele permanece no solo? Nem a progenitora daquele comandante. Algum tempo mais tarde, anunciou que faltavam 3 passageiros e que não poderia decolar sem eles ou com a bagagem deles. Pior! Só poderiam tirar as malas deles depois de procurarem muito no compartimento de carga, depois de despender tempo enorme anunciando os nomes deles no sistema de som inaudível. Resultado: o avião, também conhecido como aeronave, decolou quase às 11 horas. Mas ele prometeu tirar o atraso durante o trajeto, ao que algum engraçadinho comentou, bem no banco de trás: só se ele for voando.

Vamos lá que o desembarque será lá para meia-noite. Amanhã a gente dá mais notícias.

Com informações de:

Wikipedia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%B5es_do_Brasil>. Acesso em: 15 jun. 2014.

Embaixada da Argentina em Brasília. Disponível em: <http://argentina.travel/pt/page/static/acerca>. 
Acesso em: 15 jun. 2014.