Recentemente, o país tem assistido a declarações sobre o que ocorre nos meios políticos desde os anos 1500 mas que raramente é falado ao vivo e a cores em TVs, rádios e na rede mundial de computadores. O advogado de um envolvido na Operação Lavajato disse que não se coloca um paralelepípedo numa rua sem se pagar propina. A TV Globo mostrou um empresário acertando com um delegado de polícia um "alvará" de funcionamento de casas especializadas em máquinas caça- níqueis. O "relator" da operação Lavajato disse, no Congresso Nacional, também conhecido como parlamento, que a espoliação do Estado é endêmica e ocorre, segundo ele, desde o governo Sarney, em todos os níveis de governo. Falou também que, do seu conhecimento, o número de políticos envolvidos está na casa das dezenas.
O estarrecimento manifestado por jornalistas e demais autoridades em frente aos microfones e câmeras tem uma metáfora. A do sujeito cuja esposa faz "caridade" para o vizinho. Como ela não deixa o marido na mão (literalmente) e está sempre à sua disposição, ele releva o comportamento dos dois. O problema é o vizinho contar isso no boteco que ele frequenta. Aí, o marido perde a compostura. Até os ameaça de morte. Mas fica no discurso.
Pois é o que está acontecendo hoje, no Brasil. Todo mundo sabe que as coisas funcionam como foi dito. Mas não poderia ser dito, pelo menos por quem disse e em frente aos microfones e às câmeras.
O mais provável é quem falou a verdade ser severamente punido. Quem está mentindo ser julgado inocente pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (todos nomeados por presidentes filiados e eleitos pelo partido atualmente no poder). E as bestas quadradas das eleitoras e eleitores continuarem votando nos mentirosos.
É isso a tal democracia tupiniquim? Se for, está explicado por que o partido da presidenta quer implantar a ditadura. Que diferença fará?
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