Em plena campanha eleitoral, são comuns as denúncias de
candidatos cometendo os mais terríveis crimes eleitorais. Todos os meios de
comunicação de massa denunciam, com fotos, vídeos e declarações de testemunhas.
No entanto, a polícia e o Ministério Público (MP) não processam nem prendem os
criminosos.
Neste domingo, foi apresentado pelo programa de maior
audiência no horário, para o Brasil inteiro, pessoas recebendo dinheiro de
candidatos para votarem neles. No Distrito Federal, um candidato a governador
já foi condenado em duas instâncias e é líder nas pesquisas de intenção de
votos. Mas as autoridades fazem vista grossa para os maiores criminosos
eleitorais, os eleitores que votam mesmo contra uma lei de iniciativa popular.
Os candidatos compradores de votos estão sendo
investigados, mas os vendedores de votos não. O MP abriu processo contra a
candidatura do ex-senador e ex-governador que renunciou a ambos os mandatos,
mas não processou os criminosos que o elegeram. Os eleitores espertalhões e
aproveitadores são muito piores que os políticos desonestos. São eles que
transformam a política brasileira em motivo de galhofa.
A propósito, é um insulto ao cidadão chamar de democracia
um sistema político que considera cidadãos as pessoas que trocam seu voto por
alguns mirréis. Ao mesmo tempo que a lei considera cidadãos quem vota em
espertalhões que lhes oferecem migalhas, as autoridades os consideram vítimas.
Se são vítimas, não têm consciência. Se não têm consciência, não estão em
condições de exercer o direito de escolher os administradores públicos.
O que não se pode é continuar a chamar essa corja de
aproveitadores de cidadãos. São espertalhões tanto uns quanto os outros e ambos
merecem cadeia e a perda dos direitos políticos.
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