quinta-feira, 7 de agosto de 2014

"Estrangeiros" investem em candidatos ao governo do DF

Candidatos ao governo do Distrito Federal recebem doações polpudas de empresas de outros estados. Na prestação de contas feitas ao TRE, o atual governador declarou ter recebido 285 mil reais de uma empresa de importação e exportação, com sede no Acre. O candidato condenado em 2.ª instância por improbidade administrativa declarou ter recebido R$ 490 mil de uma empresa que atua na área de óleo, gás e estaleiros e o tucano está sendo patrocinado pela maior dona de postos de gasolina do DF, que contribuiu com 480 mirréis (isso mesmo, cerca de meio salário mínimo), por sua empresa construtora e por si mesmo, que juntos doaram 800 mil para a campanha. O campeão em arrecadação, no entanto, é o quarto na preferência dos eleitores. Está sendo apadrinhado por várias empresas: uma, com sede em Manaus, especializada em concentrados para refrigerantes e outros mimos para embalagem de bebidas, doou 410 mil, uma espalhada pelo Brasil e produtora de carnes contribuiu com modestos 350 mil e outra grande fabricante de perfumes com 200 mil. O candidato do nanico PSOL disse ao TRE que recebeu nanicos R$ 2.300, 1.000 dele mesmo, e a do PCO não deu satisfação até o momento da consulta do Oia News.

Interessante observar que as doações de eleitores foram poucas e pequenas. Nenhum eleitor está bancando o atual governador nem o condenado. O campeão em arrecadações recebeu ajuda de 8 seres humanos: 4.300 de cada um. O Tucano somente recebeu 200 mirréis de um cidadão e o do PCO, 100, 200 e 1.000, cada uma doação de três pessoas diferentes.

A primeira reação após a leitura desses dados é um sonoro e bem pronunciado palavrão.  A segunda é retornar ao site do TSE para verificar se em algum lugar está escrito que esses valores são diários. Não dá para acreditar que alguém acredita numa fantasia dessas. Se 1.300.000 não dá para eleger nem candidato a vereador de cidade pequena, quanto mais um governador do Distrito que é sede do Governo Federal. E a palhaçada fica pior ainda quando o candidato que pode falar a besteira que lhe aprouver, por que sabe que não vai ser eleito, declara ter recebido R$ 1.300,00 e vai gastar mais R$ 1.000,00 do próprio bolso: isso mal dá para meia dúzia de santinhos.

A constatação mais deprimente é a de que, se o povo não está bancando os candidatos, eles poderão dizer depois que só trabalharam para seus patrocinadores, o que é muito justo. Portanto, está aí o motivo dos políticos não trabalharem para o povo. Quem banca suas campanhas são as empresas. Além disso, é de se suspeitar de quem recebe doação de empresas de outros estados.

Aliás, o nome deveria ser mudado. Não dá para acreditar que são doações. O mais certo é que sejam aplicações, ou investimentos.

Com informações de:

TSE. Disponível em <http://inter01.tse.jus.br/spceweb.consulta.receitasdespesas2014/resumoReceitasByCandidato.action>. Acesso em 7 ago. 2014.

CBN Brasília. Disponível em <http://cbn.globoradio.globo.com/semanaCBN.php?praca=BSB&data=07/08/2014&hora=17:00 >. Acesso em 7 ago. 2014.

Correio Braziliense. Disponível em <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/08/07/interna_cidadesdf,441115/prestacao-de-contas-mostra-gastos-de-r-2-2-milhoes-entre-candidatos-ao-gdf.shtml >. Acesso em 7 ago. 2014.

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