Candidatos ao governo do Distrito Federal recebem doações
polpudas de empresas de outros estados. Na prestação de contas feitas ao TRE, o
atual governador declarou ter recebido 285 mil reais de uma empresa de importação
e exportação, com sede no Acre. O candidato condenado em 2.ª instância por
improbidade administrativa declarou ter recebido R$ 490 mil de uma empresa que
atua na área de óleo, gás e estaleiros e o tucano está sendo patrocinado pela
maior dona de postos de gasolina do DF, que contribuiu com 480 mirréis (isso
mesmo, cerca de meio salário mínimo), por sua empresa construtora e por si
mesmo, que juntos doaram 800 mil para a campanha. O campeão em arrecadação, no
entanto, é o quarto na preferência dos eleitores. Está sendo apadrinhado por várias
empresas: uma, com sede em Manaus, especializada em concentrados para
refrigerantes e outros mimos para embalagem de bebidas, doou 410 mil, uma espalhada
pelo Brasil e produtora de carnes contribuiu com modestos 350 mil e outra
grande fabricante de perfumes com 200 mil. O candidato do nanico PSOL disse ao
TRE que recebeu nanicos R$ 2.300, 1.000 dele mesmo, e a do PCO não deu
satisfação até o momento da consulta do Oia News.
Interessante observar que as doações de eleitores foram
poucas e pequenas. Nenhum eleitor está bancando o atual governador nem o condenado.
O campeão em arrecadações recebeu ajuda de 8 seres humanos: 4.300 de cada um. O
Tucano somente recebeu 200 mirréis de um cidadão e o do PCO, 100, 200 e 1.000, cada
uma doação de três pessoas diferentes.
A primeira reação após a leitura desses dados é um sonoro
e bem pronunciado palavrão. A segunda é
retornar ao site do TSE para verificar se em algum lugar está escrito que esses
valores são diários. Não dá para acreditar que alguém acredita numa fantasia
dessas. Se 1.300.000 não dá para eleger nem candidato a vereador de cidade
pequena, quanto mais um governador do Distrito que é sede do Governo Federal. E
a palhaçada fica pior ainda quando o candidato que pode falar a besteira que
lhe aprouver, por que sabe que não vai ser eleito, declara ter recebido R$ 1.300,00
e vai gastar mais R$ 1.000,00 do próprio bolso: isso mal dá para meia dúzia de
santinhos.
A constatação mais deprimente é a de que, se o povo não
está bancando os candidatos, eles poderão dizer depois que só trabalharam para
seus patrocinadores, o que é muito justo. Portanto, está aí o motivo dos políticos
não trabalharem para o povo. Quem banca suas campanhas são as empresas. Além
disso, é de se suspeitar de quem recebe doação de empresas de outros estados.
Aliás, o nome deveria ser mudado. Não dá para acreditar
que são doações. O mais certo é que sejam aplicações, ou investimentos.
Com informações de:
TSE. Disponível em
<http://inter01.tse.jus.br/spceweb.consulta.receitasdespesas2014/resumoReceitasByCandidato.action>.
Acesso em 7 ago. 2014.
CBN Brasília.
Disponível em <http://cbn.globoradio.globo.com/semanaCBN.php?praca=BSB&data=07/08/2014&hora=17:00
>. Acesso em 7 ago. 2014.
Correio Braziliense.
Disponível em <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/08/07/interna_cidadesdf,441115/prestacao-de-contas-mostra-gastos-de-r-2-2-milhoes-entre-candidatos-ao-gdf.shtml
>. Acesso em 7 ago. 2014.
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