No post anterior (4.ª parte), concluímos que o Brasil
teve origem violenta, com a invasão portuguesa e, desde 1889, vem sendo
construído por sucessivos golpes militares. O governo Bigodon (1985/1990), pode
ser considerado o primeiro de um país que estava nascendo. O tal país do
futuro, cuja promessa constava no outdoor que os portugueses encontraram quando
invadiram o Brasil (ver 1.ª parte). Nesta parte, desconsideraremos a caganeira
feita pelos governos de 1985 a 2014 e cuidaremos apenas dos aspectos relevantes
para a construção do país, no nível macro.
Primeiramente, é importante esclarecer que para se
construir uma nação são necessários alguns requisitos sociais, políticos,
econômicos. No caso brasileiro, algumas prioridades seriam: uma Constituição
que traduzisse os anseios dos brasileiros, estabilização da moeda, abertura ao
comércio internacional, a reforma da Previdência, criação de infraestrutura
capaz de permitir a circulação de bens e pessoas, redução das desigualdades
sociais, dentre outras. Mas principalmente, não dar o calote novamente nos credores
nacionais e estrangeiros.
Lembramos que, instalado em 1985, o primeiro governo
brasileiro da nova era tentou um monte de aventuras para estabelecer a ordem
econômica, mas acabou deixando de pagar a dívida externa e que o resultado foi
desastroso. A inflação bateu às portas dos 2.000% ao ano em 1989. Mas deu
início à construção de um país e à instauração de uma democracia participativa.
Instalou a Assembleia Nacional Constituinte, e essa promulgou, em 1988, a
Constituição Federal vigente até hoje. A Carta Magna gerada naquele período é
considerada a Constituição Cidadã por ter incorporado mecanismos de controle do
Estado pelo Cidadão, em contrapartida aos mecanismos de controle do cidadão
pelo Estado, vigente até então. Embora esse documento contenha um monte de
bobagens que não caberiam num documento desse porte e importância, foi uma
iniciativa relevante para a construção da cidadania e o pontapé inicial de uma
nova esperança.
Em 1990, foi sucedido pelo Caçador de Marajás, um jovem intrépido
mas arrogante como o quê. Seu mandato foi manchado por notícias de corrupção,
mas isso é comum a todos os demais, anteriores e posteriores. Também
aventurou-se em tentativas de restabelecer a ordem econômica, uma delas
confiscando o dinheiro que havia nos bancos. O problema é que banco não tem
dinheiro, quem o tem são os clientes dos bancos. Isso levou muitas pessoas à
bancarrota. Em compensação, aquele governo abriu as portas do Brasil para o
mercado estrangeiro, facilitando as importações. Muita gente censura,
principalmente por ter quebrado muitas empresas nacionais. Entretanto, uma
parte considerável do sucateamento da indústria brasileira tinha origem na
impossibilidade de importar equipamentos para modernizar o parque industrial.
Os governos anteriores, no intuito de defender a nossa indústria, conseguiu
torna-la ineficiente e sem condições de concorrer com as dos outros países. A
quebradeira que seguiu a abertura econômica foi acompanhada pela modernização e
melhoria nos índices de produtividade, contribuindo para a evolução da
economia. Também mandou elaborar uma lei de defesa dos direitos do consumidor,
importante incremento para a criação da cidadania. Caiu por ter peitado o
Legislativo e o Judiciário, embora as pessoas sem senso crítico e que não leem ainda
acreditem que foi por causa dos movimentos populares conhecidos por “caras
pintadas”.
Com sua queda, assumiu o vice, Itamar (1992/1994), que
não domou a corrupção e cuja maior insensatez foi ressuscitar o fusquinha. Mas não
atrapalhou o seu Ministro da Fazenda de promover um programa de estabilização
econômica, conhecido como Plano Real, cujos efeitos perduram até hoje. Para
alguém de quem não se esperava nada e vivia metendo os pés pelas mãos, já foi o
suficiente. O Plano deu tão certo que o tal Ministro, o quarto nomeado em oito
meses, foi eleito Presidente da República nas eleições seguintes.
O Presidente 1995/2003 conseguiu realizar o programa
privatizações cujos antecessores tentaram e não conseguiram. Até hoje tem gente
que questiona. Dizem que as estatais foram doadas. Na verdade, se tivessem sido
doadas mesmo o país ainda teria saído no lucro. Todas davam prejuízo aos cofres
públicos, também denominados bolsos dos contribuintes e das contribuintes. Os
lucros obtidos com as exceções (Petrobras, Vale dentre outras) não cobria o déficit
do conjunto. Tirado esse fardo enorme das costas dos contribuintes, havia
melhores chances de se recuperar a economia. No entanto, alguns fatos externos
puseram um freio no crescimento econômico esperado, principalmente as crises
internacionais do Extremo Oriente, em 1997, da Rússia, em 1998 e o golpe fatal:
a queda das Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, em 2001. Mas houve um saldo
positivo importante. O PIB decresceu em relação ao governo anterior. E foram
implantados programas sociais, destinados a reduzir o fosso existente entre os
mais ricos e mais pobres, rechaçados mas apropriados pelo partido dos governos
subsequentes. E a corrupção não foi debelada.
Depois, veio o Governo Sapo Barbudo, de 2003 a 2011.
Excelente governo. O dito cujo fez tudo que jurou não fazer e não fez o que
prometeu. Durante a campanha, jurou que não iria mexer na Previdência e que não
pagaria a dívida externa enquanto houvesse um brasileiro passando fome. Pois um
dos primeiros atos do seu governo foi a reforma da Previdência. Também não será
objeto deste comentário a merda que foi essa reforma, conquanto que tenha sido feita.
Além disso, não só honrou os compromissos que prometeu não honrar como
antecipou a dívida que o Brasil tinha com o FMI a juros subsidiados. Deu
continuidade à política econômica do governo anterior e governou com os
empresários, gerando riqueza para ser distribuída. Isso permitiu rebatizar e
reinaugurar os programas de transferência de renda, também do governo anterior,
que seu partido chamava de “Bolsa Esmola”, para assumir a paternidade, numa
atitude que na minha terra é conhecida como fazer cortesia com o chapéu alheio.
O que ninguém comenta é que o Bolsa Família serviu para incrementar o comércio,
desenvolvendo o setor produtivo com a merreca distribuída para os pobres,
permitindo ao Presidente dizer que estava tirando o povo da miséria. A merreca era
limitada entre um mínimo de 70 e um máximo de pouco mais de 150 mirréis por
mês. Quando veio a crise financeira e econômica internacional de 2008-2009, o
sortudo tinha dinheiro em caixa para segurar a onda. Também deu continuidade às
privatizações, desta vez acrescentando à atividade econômica (as empresas
estatais), a obrigações do Estado, como manutenção de rodovias. Ainda conseguiu
trazer a Copa do Mundo da FIFA para o Brasil. A economia brasileira cresceu que
foi uma beleza e a corrupção continuou.
Aí, veio sua afilhada, Dentuça (2012/2014), que até o ano
passado conseguia desbancar a Joelma do Chimbinha em índices de popularidade.
Mas sua atuação não esperou os dois mandatos a que teria direito para ser
desmascarado. O que ela tem feito de merda na política e na economia supera até
o período colonial, quando o Brasil não era um país, mas uma possessão
portuguesa. Ela vem seguindo o mesmo programa de governo iniciado pelo Caçador
de Marajás e continuado pelo finado Itamar, pelo Professor de Sociologia e pelo
Sapo Barbudo. Privatizou rodovias, ferrovias e aeroportos. A divida externa
continua subindo. Deu continuidade aos programas de transferência de renda
iniciado no Governo do Professor de Sociologia e rebatizado no do Sapo Barbudo.
Conseguiu despejar rios de dinheiro em obras de infraestrutura, que não foram
realizadas, para a Copa do Mundo. Pior que os governos mais corruptos de que se
tem notícia. Esses gastaram os tubos e, mesmo que depois de prontas algumas não
tivessem nenhuma serventia, as obras foram concluídas. Mas está investindo na infraestrutura
de Cuba. A Petrobras deixou de ser a galinha dos ovos de ouro e o valor de suas
ações caíram mais da metade durante o atual governo. O Brasil vem perdendo até
sua posição de liderança na América Latina, construída pelo seu padrinho, o
Sapo Barbudo. Seus correligionários foram condenados pela mais alta corte de
justiça, e ela questiona a idoneidade do Órgão composto por pelo menos oito,
dos onze ministros, nomeados pelo seu antecessor e por ela mesma. A corrupção
continua a todo vapor e a economia parou.
Não é à toa que quando as pesquisas eleitorais apontam
queda de intenções de voto na atual presidente da República as bolsas sobem.
Qualquer sinal de retomada de sua popularidade, elas caem. Quem duvida faça pesquisas nos informativos sérios disponíveis na internet.
Com informações
(principalmente) de:
Info Escola.
Disponível em <
http://www.infoescola.com/historia/administracao-colonial-brasileira/>.
Acesso em 17 jul. 2014
História Brasileira.
Disponível em < http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/sesmarias/>.
Acesso em 18 jul. 2014.
KAMINISHI, Miriam. O
comportamento monetário na economia-mundo capitalista entre os séculos
XVII-XVIII: a contribuição da periferia Atlântica Sul. Dissertação de Mestrado.
Disponível em <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/88233/230921.pdf?sequence=1>.
Acesso em. 18 jul. 2014.
The official website
of Britsh Monarchy. Disponível em <http://www.royal.gov.uk/>. Acesso em
18 jul. 2014.
História Viva/Uol.
Disponível em <http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/a_invencao_do_grito.html
>. Acesso em. 18 jul. 2014.
SESI Webensino.
Disponível em <http://sesi.webensino.com.br/sistema/webensino/aulas/repository_data//SESIeduca/ENS_MED/ENS_MED_F02_HIS/510_HIS_ENS_MED_02_11/510_HIS_ENS_MED_02_11_2-5.pdf>.
Acesso em. 15 jul. 2014.
Globo Educação.
Disponível em <http://educacao.globo.com/historia/assunto/imperio-brasileiro/segundo-reinado-1840-1889.html>.
Acesso em.
Educação Uol.
Disponível em <
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/economia-colonial-cana-e-trabalho-escravo-sustentaram-o-brasil-colonia.htm>.
Acesso em 17 jul. 2014.
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