A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está cogitando a contratação de um técnico estrangeiro para treinar a Seleção
Brasileira. O argumento é que nós ganhamos a Copa do Mundo com cinco técnicos
nacionais e que seria bom um importado para aprendermos com eles.
Segundo o Jornal Bom Dia Brasil, da TV
Globo, desta quarta-feira, 16/6, em 100 anos a Seleção Canarinho teve 74
treinadores, dois deles importados de Portugal, em 1944, e da Argentina, em
1965. Pelas contas do Oia News, isso dá uma média de 1 ano, 4 meses e poucos
dias de serviços prestados por cada um deles. Ao contrário do que a CBF propõe,
esses números indicam que nosso futebol está carente é de administradores.
O amadorismo dos dirigentes futebolísticos
impede que os profissionais brasileiros façam planejamento de longo prazo, como
ocorre nos países onde esse assunto é tratado com seriedade. Tanto que os
treinadores brasileiros frequentemente são contratados para trabalhar em outros
países e ficam por lá um bom tempo. Por outro lado, os contratos aqui são
feitos por prazo indeterminado: a primeira derrota ou até mesmo uma vitória
minguada podem tirar o emprego do treinador. Não há como fazer planejamento de
longo prazo nem se dá continuidade ao trabalho iniciado. Resultado é que a seleção
brasileira segue a tradição das equipes de várzea. Durante a semana, os lideres
ligam para os amigos e os convidam: vamos jogar uma pelada no final de semana?
Todo mundo sabe que o campeonato europeu é
o mais competitivo e com maior média de público do planeta. Só os dirigentes
brasileiros não sabem disso. Os salários dos profissionais dos clubes europeus
são os maiores do mundo, enquanto no país que é pai adotivo do futebol e
continua liderando o ranking da FIFA em campeonatos mundiais, esses salários são
irrisórios. Mas os dos dirigentes... Imagine se os amadores brasileiros, Marin,
e Del Nero, por exemplo, em vez de aprender futebol, aprendessem a administrar
bem os clubes e a CBF. De quatro em quatro anos, o Brasil somente jogaria a
final da Copa do Mundo. Os demais países iriam disputar quem iria para essa
final.
Aquele programa entrevistou alguns
técnicos sobre os requisitos para ser um bom treinador para a seleção
brasileira. O Mancini disse que a renovação e a transformação não devem ser
apenas dentro de campo, mas fora também. Wagner Lopes, do Criciúma, receia que
um técnico estrangeiro não consiga trabalhar no nosso país. Ele alega que é por
causa da nossa cultura, mas quem não é bobo, sabe que ele disse isso para não
magoar os cartolas que f...m o nosso esporte. Se ele fala isso, pode perder o
contrato amanhã mesmo. O Técnico Levir Culpi, do Glorioso Clube Atlético
Mineiro (GCAM), foi mais enfático, realista e demonstrou que entende mesmo do
seu metiê. Para ele, o treinador brasileiro "tem que ser muito religioso e
acreditar em todas as religiões, porque só deus pode ajudar o técnico no Brasil
".
Com informações de:
Bom Dia Brasil. Disponível em <http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/videos/t/edicoes/v/tecnicos-falam-sobre-o-perfil-certo-para-o-substituto-de-felipao-no-comando-da-selecao/3500520/>.
Acesso em 16 jul. 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário